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quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Capitalismo castiga jovens brasileiros

por Michelle Amaral da Silva

Baixa escolaridade, desemprego e violência empurram juventude para uma existência vazia, marcada pela mercantilização


Ao lado da organização política, o outro eixo principal do 1º Encontro Nacional da Juventude do Campo e da Cidade (ENJCC) foi analisar a diminuição das perspectivas dos jovens dentro da sociedade capitalista. Segundo as discussões realizadas, isso pode ser verificado através de dados referentes à educação, emprego e criminalidade, além de uma compreensão de mercantilização da vida.
De acordo com estudo publicado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), em abril, o Brasil possui cerca de 51 milhões de pessoas entre 15 e 29 anos. Dos jovens entre 15 e 17, apenas 48% estão cursando o ensino médio e 18% estão fora da escola. Dentre aqueles com 18 a 24 anos, a situação é ainda mais alarmante, pois apenas 13% estão no ensino superior e 66% não estudam.
Porém, no encontro, foi salientado que tais fatos não podem ser analisados de modo isolado. A renda familiar, a etnia e o local em que habita interferem no acesso do jovem à educação e na maneira como adquire informação. Esse acesso, por sua vez, influencia no modo como esses indivíduos serão inseridos no mercado de trabalho e atuarão no seu contexto social.
Com relação ao emprego, o Datafolha publicou, em julho, uma pesquisa apontando que 33% dos jovens entre 16 e 25 anos possuem anseios de realização profissional. No entanto, o número contrasta com a realidade do desemprego que, entre os jovens, é de 46%, segundo o Ipea. A pesquisa ainda aponta que 31% dos jovens são pobres e, destes, 70% são negros.
Violência
No que diz respeito à criminalidade, nas atividades do ENJCC chamou-se a atenção para o fato de que a juventude tem sido a principal vítima da violência. "A ONU declara que um país está em guerra civil quando 15 mil jovens por ano morrem violentamente. No Brasil, morrem cerca de 60 mil", disse Tatiana Oliveira, da Escola Nacional Florestan Fernandes.
As maiores vítimas são os pobres e negros. As intervenções feitas durante o encontro revelaram tratar-se de um processo de criminalização da pobreza, que pode ser ilustrado com o trágico episódio que vitimou três jovens do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, em junho.
A violência atinge em média 50% mais os jovens negros e estes são, ainda mais que os brancos, vitimizados por um contexto social que gera profundos impactos em seu cotidiano, visão de mundo e possibilidades concretas de construção de futuro, denuncia o Ipea.
Rafael Vilas-Boas, do setor de cultura do MST, lembra que o Brasil possui a segunda maior população negra do mundo, atrás apenas da Nigéria e acrescentou que "a teoria de esquerda no Brasil precisa rever certas pautas, como a questão racial. Se os movimentos sociais e partidos não atentarem para a questão do negro, perderão a sua legitimidade".
Mercantilização da vida
Por fim, Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, observa que a juventude, massificada por um conglomerado midiático que reproduz um pensamento autocrático burguês e consumista, tem sido atingida por um fenômeno de mercantilização da vida. "As nossas relações têm sido intermediadas por coisas", completa.
Nesse sentido, não só o modo como as pessoas se relacionam, mas seus próprios anseios estão relacionados a coisas. Ao menos é o que aponta a pesquisa do Datafolha, na qual grande parte dos jovens anseia possuir um veículo próprio (40%), casa (36%), investe principalmente em vestuário e calçado (61%) e consideram-se muito consumistas (26%).
São dados importantes a serem analisados, porém Vilas-Boas alerta que "o gosto é uma construção ideológica". Dessa forma, não há como transformar a situação da juventude sem modificar a estrutura social, enfrentar o neoliberalismo e modificar o modelo de desenvolvimento econômico. "Nossa luta tem de ser anti-sistêmica. Ou superamos o capital ou a humanidade não sobreviverá por muito tempo", acrescentou Gilmar Mauro.

sábado, 26 de julho de 2008

O que querem os jovens

Reportagem da ISTOÉ

Da família à política, pesquisa com dez mil jovens revela os ideais da geração que vai mandar no Brasil daqui a 20 anos

SUZANE FRUTUOSO Colaboraram: Renata Cabral e Adriana Prado


EDUCAÇÃO 37% consideram a escolaridade essencial para um bom emprego
SEXO 33% dos garotos dormem com a namorada em casa. Apenas 8,5% delas podem fazer o mesmo

A juventude sempre foi vista como uma breve transição para a idade adulta. A ordem era trabalhar cedo, casar logo e constituir família. Os anos 60 romperam com este padrão. Rebeldes, os jovens daquela década lutaram por várias causas, como liberdade política, sexual e igualdade entre os sexos, e criaram um ideal de juventude até hoje cultuado. Vinte anos depois, o espírito de rebeldia mantinha-se vivo, mas as causas eram mais difusas. Hoje, a ditadura é uma lembrança e o conflito de gerações quase desapareceu. O jovem está preocupado em deslanchar na carreira (sem muito stress), valoriza o suporte familiar e sua atuação política é menos partidária e mais social, como a defesa do meio ambiente.

O que passa pela cabeça desta geração foi mapeado por um estudo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). A pesquisa, inédita, com dez mil brasileiros de 15 a 29 anos, resultou no livro Juventudes: outros olhares sobre a diversidade, da coleção Educação para Todos, do Ministério da Educação. É a primeira tese de fôlego no País sobre esta faixa etária, que corresponde a 51 milhões de pessoas e só começou a ser estudada há dez anos. O trabalho traz dados surpreendentes – para os mais velhos – sobre a geração que comandará o Brasil daqui a 20 anos.

ROBERTO CASTRO/AG. ISTOÉ
CAUSA VERDE Ludmila insistiu e a família toda passou a reciclar o lixo

Para eles, a aparência é fundamental. Quase 27% dos entrevistados disseram que a maneira de vestir os define. Futilidade? Nada disso. A roupa é uma mensagem. “É uma forma de o jovem marcar seu território e anunciar qual é sua personalidade”, afirma a socióloga Miriam Abramovay, organizadora da obra e pesquisadora da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana.

A estagiária de relações públicas Fernanda Araújo, 23 anos, diz sem medo que é consumista. Com o primeiro salário do estágio, gastou R$ 600 num sapato. Mas Fernanda trabalha desde os 15 anos, ajuda a pagar a faculdade e é voluntária de uma entidade. O modo como se veste faz parte de seu objetivo de crescer profissionalmente. “Me dedico ao trabalho, sou prática e sei resolver problemas. Minhas roupas expressam essas qualidades”, acredita. Fernanda está satisfeita com os rumos da própria vida, assim como 75% dos participantes do estudo.

“Mesmo com violência, educação deficiente e um mercado de trabalho disputado, o jovem acredita que as dificuldades serão superadas”, diz Miriam. “É uma juventude forte, que mantém a esperança. São características fundamentais que fazem a sociedade evoluir.” Ao contrário de gerações passadas, eles encontram confiança e segurança em casa e têm na família sua maior fonte de alegria. É a ela que o estudante carioca Frederico Lacerda, 21 anos, dedica o tempo livre após o estágio, a faculdade, a namorada e os esportes. Ele janta todos os dias com a mãe, a avó e os irmãos. Quando o pai, gerentegeral de um hotel em Angra dos Reis (RJ), está no Rio, os filhos até cancelam compromissos. “Eu e meus irmãos fazemos questão disso. O ambiente em nossa casa é tão bom que amigos e namoradas gostam de freqüentá- la.”

IBRAHIM CRUZ/AG. ISTOÉ
CULTURA Claudia nunca foi a um museu e acha teatro caro

Outro mito derrubado pela pesquisa é o da alienação política. Há uma eterna – e injusta – comparação entre a juventude de hoje e a dos anos 60. “Uma minoria da classe média participou da luta contra a ditadura. Como foi um momento importante da história, esses jovens são idealizados”, aponta a socióloga Miriam. Quase 50% dos entrevistados no estudo da Unesco admitem que não dão a mínima para um comício, mas isso não significa falta de engajamento. A agenda mudou. A 1a Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude reuniu 2,5 mil jovens em Brasília, no final de abril. Os debates foram dominados por temas como emprego, educação, preservação do meio ambiente, legalização do aborto, discriminação contra negros e homossexuais. “Há uma mobilização enorme por parte da juventude. Eles levantam bandeiras que não estão na pauta de partidos políticos”, afirma a socióloga Mary Garcia Castro, professora da Universidade Católica de Salvador. “São jovens mais sensíveis e tolerantes do que os do passado.”

CAMISINHA NO BOLSO O preservativo nunca ficou de lado no namoro de Laura e Jaduam
ELE PODE, ELA NÃO Tamara dorme no quarto de Edu. No dela, não pode fechar a porta

Hoje, o universo a ser transformado é até o doméstico. A estudante de ciências naturais da Universidade de Brasília, Ludmila Andrade, 21 anos, convenceu a família a reciclar o lixo em casa. Na universidade, participa do projeto Nosso Campus, no qual explica a importância de separar os resíduos da maneira correta nas salas de aula. Pela política partidária, porém, ela não se interessa. “Só tem confusão e não leva a lugar algum. Nosso projeto pode mudar muito mais o mundo”, afirma. As bandeiras, hoje, são mais palpáveis. O jovem dá valor à educação – a pesquisa diz que 37,4% dos entrevistados apontaram o bom nível de escolaridade como ferramenta imprescindível para conseguir emprego. Contudo, ele quer currículos mais condizentes com o mundo real. “Eles não pretendem abandonar a reflexão. Mas um mercado de trabalho pouco inclusivo exige conhecimento prático”, diz o professor Alessandro de Leon, reitor da Universidade da Juventude, formadora de gestores em políticas para os jovens.

O psiquiatra Içami Tiba, autor do livro Adolescentes – quem ama educa, não compartilha desta visão corde- rosa da juventude. “Eles não têm preparo para tocar a vida. Diploma, hoje, não faz de ninguém um vencedor. A vida adulta é mais difícil do que eles pensam”, afirma o psiquiatra. Na opinião dele, são os jovens de classe média os que têm mais chances de prosperar. “Com responsabilidades somadas, como trabalho e estudo, eles são os mais lutadores e serão os vencedores. Os da classe A estão acostumados com tudo na mão, carro, computador, roupas, viagens, e não dão valor. Os das classes baixas já acham ótimo se encontram subemprego.”

MURILLO CONSTANTINO/AG. ISTOÉ
SEMPRE NA MODA Apaixonada por roupas, Fernanda se diz consumista, mas não fútil

Na pesquisa, salta aos olhos o pouco acesso dos jovens a bens culturais. Metade dos entrevistados nunca pôs os pés no cinema e mais de 70% deles nunca foram ao teatro ou ao museu. A promotora de eventos Claudia Corrente, 22 anos, se enquadra neste segundo grupo. “Teatro é caro para mim”, diz ela, que admite nunca ter tido interesse em conhecer um museu. Falta divulgação, na opinião dela. Claudia, moradora de São Paulo, esteve na semana passada pela primeira vez na Pinacoteca do Estado, para fazer uma foto para esta reportagem. Ela nem sabia que ali se encontra um dos principais acervos de arte do País. Gostou do que viu e pretende voltar. Ficou ainda mais animada quando soube o preço da entrada: apenas R$ 4. Nos últimos anos, o acesso a esses espaços, sobretudo nas grandes cidades, melhorou com a meia-entrada obrigatória para estudantes e a instituição de ingressos a preços populares em algum dia da semana ou até a entrada gratuita. O transporte, porém, ainda é um problema. São necessárias políticas públicas para eliminar o obstáculo da distância, principalmente para o jovem da periferia. Em casa, o tempo livre desta geração é dominado pela tevê. A leitura é a última opção. Quase 20% não abriram um livro sequer nos últimos 12 meses.

RUMO Eduardo largou a carreira numa multinacional e hoje trabalha com arte

Quando se compara o mundo de hoje com o de 40 anos atrás é na sexualidade que os costumes mais se transformaram. Se a juventude dos anos 60 promoveu a revolução a partir da pílula anticoncepcional e a dos anos 80 aprendeu a conviver com o fantasma da Aids, os jovens do ano 2000 iniciaram a vida sexual com as duas referências: com liberdade para se relacionar com quem quiser, mas com responsabilidade de saber que é necessário usar preservativo para se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).

Dados de uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada em abril, apontam que 53% dos jovens usam camisinha na primeira relação sexual. Em 1986, eram apenas 9%. A pesquisa da Unesco mostra que há uma diferença entre moças e rapazes. Elas exigem do parceiro o preservativo para evitar a gravidez (35,3%). Eles querem se precaver, sobretudo, das DSTs (29,3%). “Isso reflete a preocupação de cada um com o que atinge diretamente o próprio corpo”, diz Miriam, organizadora do livro. Na carteira do estudante Jaduam Pasqualini, 18 anos, pode até não ter dinheiro, mas a camisinha está lá. “Muitas meninas ainda relaxam e tratam a precaução como algo só do homem”, reclama. Namorando Laura Coube, 18 anos, diz que o preservativo é parte da relação desde o início.

O que não será diferente tão cedo é a permissão de dormir na casa dos pais com o parceiro. Isso é permitido para 33% dos rapazes e para apenas 8,5% das garotas. Na família de Eduardo Assis, ele e os dois irmãos sempre tiveram essa liberdade. A namorada dele, Tamara Freitas, é recebida com carinho pelos seus pais. “Eles sempre foram liberais.” Na casa da namorada, porém, ele só freqüenta o quarto de Tamara com a porta aberta. Dormir por lá, nem pensar.

Aos 17 anos, Eduardo e Tamara preparam-se para escolher a profissão e entrar definitivamente na vida adulta. Com poucas responsabilidades e muitos sonhos a serem realizados, têm um universo de possibilidades diante deles. Segundo a pesquisa, são os jovens entre 15 e 17 anos os mais otimistas. O nível de satisfação com a própria vida chega a 85% nesta faixa etária. O percentual cai para 71% aos 26 anos e para 69% aos 29. Esta queda coincide com a fase em que surgem dúvidas sobre a profissão escolhida, afirma Denise Barreto, sóciadiretora da Gnext Talent Search, empresa de recrutamento. “É a idade em que há maior incerteza quanto à carreira e falta segurança sobre qual o melhor caminho a seguir.”

HARMONIA EM FAMÍLIA Frederico janta com a mãe, a avó e os irmãos todas as noites

Quando estava prestes a completar 25 anos, o administrador Eduardo Calixto, hoje com 26, começou a questionar se o que alcançara até então era realmente o que desejava. Analista de vendas de uma multinacional, poderia ser gerente em dois anos. “Vivia sob pressão e stress”, conta. Desanimado, largou tudo e foi trabalhar como operário e lavador de pratos na Nova Zelândia, durante um ano. Aprendeu que a vida sempre pode recomeçar – especialmente quando se é jovem. De volta ao Brasil, Eduardo foi trabalhar na galeria de arte da mãe. Não entendia nada do assunto. Agora, avalia, cataloga e vende obras. Está feliz. “Mas sou pé no chão. Sei que a vida requer planejamento para dar certo”, diz Eduardo. Uma boa lição para que o otimismo da juventude não se perca e possa se transformar em conquistas concretas no futuro.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

2008 tem mais candidatos jovens

SÃO PAULO (Folhapress) - Os pedidos de registro de candidatura feitos por jovens interessados em disputar cargos para prefeito, vice-prefeito e vereador nas eleições 2008 diminuíram em relação ao número registrado no pleito de 2004, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Há quatro anos, o total de jovens com idade entre 18 e 24 anos inscritos para a disputa de um cargo eletivo era de 13.066, contra 12.177 registrados este ano na Justiça Eleitoral.
De acordo com o TSE, este ano serão 2.846 possíveis candidatos entre 18 e 20 anos de idade e 9.331 entre 21 e 24 anos. Nas últimas eleições foram 2.757 candidatos na faixa dos 18 aos 20 anos e 10.309 na faixa de 21 a 24 anos. O tribunal informou ainda que a quantidade de pedidos de registro para candidatos com idade superior a 60 anos, por sua vez, aumentou de 26.705 em 2004 para 29.750 em 2008. Este ano há 24.943 pedidos de registro de pessoas com idade entre 60 e 69 anos, outros 4.378 para faixa etária de 70 a 79 anos e 429 possíveis candidatos com idade superior aos 79 anos.
O número de eleitores jovens e idosos com voto facultativo aumentou em um milhão para as eleições deste ano em relação às de 2006. Hoje, são 11.272.924 contra 10.218.328 registrados nas eleições passadas. O voto só é facultativo para o eleitorado entre 16 e 18 anos, para os maiores de 70 anos e para os analfabetos.
De acordo com o TSE, em 2006, havia 2.556.391 eleitores entre 16 e 18 anos. Esse número cresceu para 2.922.538 em 2008 e representa 2,24% do eleitorado do país. A quantidade de eleitores que tem acima de 70 anos, por sua vez, cresceu de 7.661.937 para 8.350.386 em 2008.

Governo garante aulas de música a jovens carentes

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, deu início às atividades do projeto Orquestrando Pernambuco, no Centro da Juventude de Santo Amaro. A ação é resultado de parceria entre o Conservatório Pernambucano de Música e o Tacaruna Social e vai proporcionar formação musical gratuita a 50 meninos e meninas entre 7 e 15 anos.

O Conservatório Pernambucano de Música disponibilizará os professores, instrumentos musicais e fardas. O Tacaruna Social doará instrumentos de corda. Coube à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos oferecer o espaço físico onde as aulas são ministradas e, por meio do Instituto de Apoio Técnico Especializado à Cidadania, o custeio da alimentação, despesas básicas, assim como o pagamento da equipe técnica que coordenará o curso.
Para o secretário de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Roldão Joaquim, a parceria representa mais uma iniciativa que irá beneficiar moradores de áreas carentes do Recife. “Quando nos deparamos com um projeto tão bonito, não tivemos dúvida em abraçá-lo. O passo seguinte foi construir essa parceria com a Secretaria de Educação, à qual está ligada o Conservatório Pernambucano de Música, e com o Tacaruna Social. Tínhamos o espaço físico. Por que não fazer dele um palco onde podem brilhar novos talentos?”.
Aproximadamente, 100 crianças participaram da primeira etapa da seleção para o curso, que contará, inicialmente, com alunos do bairro de Santo Amaro. Numa etapa posterior, serão atendidos jovens dos Coelhos e de Brasília Teimosa. A proposta do Governo é levar também a ação ao Interior. A primeira cidade a ser beneficiada é Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú.
A moradora do bairro de Santo Amaro e mãe de um dos inscritos no processo de seleção, Maria do Carmo, vê nesta ação do Governo uma oportunidade para ocupar o filho que está ocioso. “Ele fazia um curso de grafitagem. Era muito bom, mas as aulas foram encerradas. Agora, quero que ele tenha acesso a esta nova oportunidade de contato com a arte”, disse ela.
O diretor-presidente do Conservatório Pernambucano de Música, Sidor Hulak, vê no projeto uma proposta de inclusão, “que vai significar uma trilha para muitos jovens que podem ter acesso ao mercado de trabalho por meio da música. A ação também levará a música erudita às comunidades, amplificando o papel da instituição da qual fazemos parte”.
Sirleide Reis, coordenadora geral dos Centros da Juventude, que participou da cerimônia de abertura e início dos processos de seleção para o curso, julga importante a confiança que as pessoas estão depositando na iniciativa. “Isto só nos motiva a levar adiante ações que com certeza trarão resultados muito significativos do ponto de vista social”.
Dia-a-adia - Os alunos assistirão a aulas de instrumentos de cordas (violão, viola e contrabaixo) e integrarão um coral. Em Santo Amaro, o programa será desenvolvido no espaço do Centro da Juventude, programa incluído no Vida Nova e no Pacto Pela Vida, que objetiva retirar crianças e adolescentes da rua. O curso terá uma duração média de 10 anos, propiciando aos alunos contato com a música erudita, bem como oportunidade de atuação profissional na área.

terça-feira, 22 de julho de 2008

VOTO JOVEM É RECORDE PARA ELEIÇÕES GERAIS






Segundo o TSE, serão mais de 3 milhões de eleitores com 16 e 17 anos, quase um milhão a mais do que no pleito de 2002
O número de jovens com 16 e 17 anos que tirou título eleitoral para esta eleição geral é recorde. Segundo estatística do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), serão mais de 3 milhões de eleitores nesta faixa etária, quase um milhão a mais do que no pleito de 2002.
O número total de eleitores subiu 10% - de 115 milhões, em 2002, para quase 126 milhões este ano. Já o número de eleitores com menos de 18 anos pulou de 2,2 milhões para 3,2 milhões: um aumento de 45%.
O voto aos 16 anos não é obrigatório e foi permitido a partir da Constituição de 1988. A quantidade de jovens que tiram o título tem variado de um ano para outro. No pleito geral de 1994, por exemplo, 31% dos jovens menores de idade tiraram o título de eleitor. Já nas eleições de 1998, o número caiu para 26%, voltando a subir em 2002, quando novamente atingiu 31%, até chegar aos atuais 43%.
“Isto reflete o engajamento da juventude no processo político eleitoral, mas com uma visão estratégica, para defender objetivos concretos, como busca por emprego e contra a violência”, considera o cientista político Antônio Testa, da Universidade de Brasília (UnB).
O professor da UnB diz que para atingir estes eleitores, os partidos terão de usar linguagem e canais de comunicação diferentes dos habituais “Ao contrário do que muitos dizem, eles não são alienados. São multimídia e desenvolvem um tipo de conhecimento menos profundo, porém mais abrangente. Já dão opinião sobre tudo e têm a capacidade de disseminar as informações em uma velocidade muito grande, usando sites de relacionamento”, afirmou Testa.
Para o cientista político, os partidos terão de se reestruturar para atingir o jovem eleitor. “Os partidos terão de atender essas demandas, sob pena de perder estes eleitores, que passam a ser decisivos. São minorias que ganham voz ativa e podem desequilibrar o jogo”. “Resta saber se esses jovens, além de votar, também vão acompanhar o candidato eleito. Será que vão construir uma nova cidadania multimídia?”, completa.
Ainda de acordo com os números do TSE, o percentual de jovens eleitores varia segundo o tipo de eleição. Nos pleitos municipais, o índice de participação de menores de idade é sempre maior do que nas eleições estaduais e para presidente da República. Nas quatro eleições municipais realizadas desde 1992, a média percentual de jovens nesta faixa com título é de 45%, contra uma média de 33% nas quatro eleições gerais, incluindo a deste ano.
O ponto máximo foi atingido nas eleições municipais de 2004, quando 51% dos jovens entre 16 e 17 anos tinham título. O ponto mínimo corresponde às eleições gerais de 1998, quando apensa 26% estava apto a votar.
Em termos regionais, o nordeste aparece sempre acima da região Sudeste e da média nacional em termos de participação de eleitores menores de idade. A média percentual dos aptos a votar em relação ao universo de jovens na região, em todas as eleições, a partir de 1992, é de 46%. Já no Sudeste, o índice é de 32%, enquanto que no país, a média é de 40%.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Governo reforça combate à violência contra a juventude

A Secretaria de Defesa Social inaugurou, ontem, o Núcleo de Prevenção à Violência da Região Metropolitana do Recife - Nuprev/RM, que ocupa uma das dependências da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente -GPCA. Esta é a segunda unidade instalada pelo Governo. A primeira foi inaugurada na cidade de Salgueiro, no Sertão do Estado, e a previsão é que mais cinco sejam construídas, beneficiando outras regiões.
O Núcleo se concretiza após um trabalho preventivo realizado pela GPCA por meio da elaboração de planejamento e a promoção de palestras e oficinas pedagógicas desenvolvidas em consonância com os objetivos da Secretaria de Defesa Social, através da Polícia Civil.
Os Programas Ciranda de Ações Preventivas - Projeto Juventude em Alerta, Jornada Expressando Cidadania - Polícia Civil e Parceiros e o Projeto GPCA nas comunidades - Ações Preventivas nas Escolas, coordenados, o primeiro pela SDS, o segundo pela SDS e GPCA e o último pela GPCA, atingiram desde 2002, vinte e um municípios, estendendo seus benefícios a uma população estimada em quase 83 mil pessoas.
O Nuprev tem como proposta contribuir preventivamente com a sociedade no enfrentamento à violência que envolve crianças e adolescentes no Estado de Pernambuco, prioritariamente, na Região Metropolitana do Recife, área de concentração dos maiores índices registrados nas estatísticas de atendimento das Delegacias Especializadas da GPCA.
Com a instalação do novo serviço, a GPCA passa a contar com uma estrutura de mobiliário e equipamentos que irão fortalecer o trabalho preventivo no âmbito da Polícia Civil. Ontem, durante a solenidade de inauguração, a equipe prestou contas do trabalho que vem sendo desempenhado e fez uma demonstração das ações de incentivo à cidadania desenvolvidas pela Secretaria de Defesa Social.

Juventude em Alerta na Campina do Barreto




O Projeto Juventude em Alerta, desenvolvido pela Secretaria de Defesa Social com o objetivo de promover ações que fortaleçam as políticas públicas de resgate da auto-estima da população a partir da interação e integração com a escola e outras instituições públicas, promoveu, ontem, uma série de atividades na Escola Estadual São Judas Tadeu, no bairro de Campina do Barreto, no Recife. Os trabalhos foram coordenados pela Gerência de Prevenção e Articulação Comunitária da SDS.
Durante todo o dia, alunos, pais e professores participaram de palestras temáticas de prevenção social à violência. Na programação, temas relacionados à prevenção ao uso indevido de drogas, Estatuto da Criança e do Adolescente e Lei Maria da Penha. De acordo com o gerente de articulação da SDS, João Evangelista, o Juventude em Alerta, projeto realizado em parceria com a escola, foca a implantação de estratégias coletivas, apoiando a implementação de novos projetos comunitários.
“Através desse trabalho é possível estimular o desenvolvimento de uma rede comunitária de apoio à escola”, disse ele. Novas ações do Mutirão de Convivência Cidadã acontecerão até o mês de outubro, com oficinas, rodas culturais, a aplicação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência e palestras que abordarão temas afins.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Roda de diálogos - Reunião


A Roda de Diálogos permanente fará ná próxima reunião importantes debates sobre o que é a roda.
TEMA: "... o mundo rodou num instante ..."

1º momento: O sentimento de quem faz a Roda girar...
Questões: O que é a Roda para mim? Como compreendo o jeito de fazer a Roda?

2º momento: Como a Roda se define...
Apresentação da idéia original de criação da Roda e de sua definição

3º momento: O que há em comum e diferente entre o sentimento, a definição e o processo da Roda nestes 5 anos...
Discussão sobre as definições do que é a Roda, de sua metodologia e do que ela representa no imaginário de quem a faz. Quais são os conflitos? As percepções? As expectativas?

4º momento: E agora? De que forma vamos rodar?
Diante das discussões, de que forma vamos ser e fazer a Roda girar?
Construção de propostas e encaminhamentos


Onde: Na sede da ETAPAS
(Rua da soledade, 243/249 - Boa Vista - Recife/PE)
Quando: quinta, dia 10 de julho
Mais detalhes no Blog da Roda

Territórios juvenis

Por Paulo Carrano*

As culturas juvenis são narrativas que falam do profundo mal-estar que é ser jovem numa sociedade produtora de riscos e incertezas, mas também nos dizem das potencialidades da experiência do viver e agir coletivamente na busca por alternativas criativas para a existência. São gestos, símbolos, formas lúdicas de sociabilidade, redes de relacionamento, canções e múltiplas formas de utilizar e representar o corpo aparentemente sem sentido para os “de fora”, mas que dão a liga da experiência comunitária de vivência da juventude neste nosso tempo histórico.
Existe uma multiplicidade de fatores determinantes do “ser jovem” individual e coletivamente. Os jovens de hoje vivem imersos em condições estimulantes e positivas, tais como aquelas geradas pelos avanços científico-tecnológicos; pelas liberdades civis conquistadas com as lutas democráticas; pelo maior campo de autonomia que possuem frente aos adultos; mas também precisam conviver com fatores negativos que complicam a experiência de ser jovem.
Dentre os elementos que marcam negativamente a experiência de ser jovem podem ser apontados: as conseqüências da falência do Estado como promotor de direitos; a força avassaladora dos mercados na produção de necessidades e sentidos culturais; o declínio das instituições socializadoras e de apoio societário, como a família e a escola; o predomínio dos meios de comunicação e dos mercados com suas verdades e valores individualistas; as conexões perversas promovidas pelas redes do crime e das drogas; e o constante fantasma do desemprego e da falta de perspectiva profissional para uma imensa maioria.
A organização social das cidades cria restrições geográficas, materiais e simbólicas para a constituição do livre trânsito das identidades, da produção e da fruição cultural para jovens de todas as idades. Nesse sentido, não é possível falar de identidades apenas restringindo a análise a seus aspectos culturais. A falta e a precariedade dos espaços culturais públicos se apresentam como elementos de forte inibição para que o tempo de juventude possa ser vivido como experiência cultural plural e qualificada.
Não é difícil enxergar o espaço urbano como um cenário de lutas entre competidores desnivelados e posicionados historicamente em confronto com os múltiplos poderes de enunciação, capazes de impor, mediante a coerção ou a sedução, as representações sobre as práticas culturais. Dessa forma, algumas práticas são consideradas legítimas e desejáveis enquanto outras são vistas como irrelevantes ou mesmo marginais. Em outras palavras, é possível afirmar que o direito à cultura na cidade não é igual para todos os seus habitantes e que alguns têm mais direito à visibilidade pública do que outros.
Sem dúvida, os jovens são peças-chave e, simultaneamente, objetos e sujeitos do impulso de mercantilização da vida social, que fragmenta o tecido social em individualidades apartadas de formas societárias mais amplas e solidárias. Nesse mesmo quadro societário de hegemonia das relações de mercado é possível, contudo, perceber a existência de práticas sociais constitutivas de novas solidariedades e identidades coletivas juvenis.
Jovens de todos os estratos sociais se envolvem em distintas formas de participação social, desde as mais tradicionais ligadas a partidos e organizações estudantis até novas formas de mobilização social relacionadas com ações voluntárias de solidariedade, movimentações políticas instantâneas e pouco institucionais, grupos artísticos e esportivos, redes de religiosidade pouco hierárquicas, dentre outras ações coletivas. Jovens das periferias das cidades se articularam em torno de identidades móveis, ambíguas, conflituosas e flexíveis que emergiram e se desenvolveram em espaços periféricos da sociedade numa resposta possível à crise estrutural do capitalismo que elevou enormemente o grau de incerteza no processo de trânsito da juventude para a vida adulta.
Não é possível mais ignorar, contudo, a força da expressividade dos jovens negros das periferias das cidades que denunciam as desiguais estruturas de oportunidades e o racismo velado à brasileira, por exemplo. Ao mesmo tempo, os espaços clássicos de participação (sindicatos, partidos, igrejas, organizações estudantis) seguem sendo ocupados por jovens que trazem os novos sinais das identidades contemporâneas. Estas inserem ruídos de diversidade em instituições acostumadas a lidar com o imaginário das identidades únicas (o militante, o sindicalista, o religioso, o estudante, etc). Os jovens, tanto nos novos espaços de participação quanto nos espaços clássicos, parecem dizer “nós somos muitos e múltiplos” e, assim como Fernando Pessoa afirmou, parecem dizer que o “Eu é cadeia”.
Os jovens recebem espaços da cidade prontos e sobre eles elaboram territórios que passam a ser a extensão de seus corpos: uma praça se transforma em campo de futebol; sob um vão de viaduto se improvisa uma pista de skate ou uma quadra para o basquete de rua; o corredor da escola – lugar originalmente de passagem – se faz para ponto de encontro e sociabilidade. Os diferentes territórios juvenis são também lugares simbólicos para o reconhecimento das identidades comuns, e é em torno de determinado território que se constitui o grupo de iguais. E como a identidade do grupo precisa se mostrar publicamente para se manter, cada grupo cria, então, suas próprias políticas de visibilidade pública que podem se expressar pela roupa, mímica corporal, formas e conteúdos do falar e estilo musical, entre outros.
Assim, a cidade é transformada de espaço anônimo a território pelos jovens atores urbanos que constroem laços, comemoram-se, celebram-se, inscrevem marcas exteriores em seus corpos que servem para fixar e recordar quem eles e elas são. Essas marcas se relacionam com processos de representação, verdadeiras objetivações simbólicas que permitem distinguir os membros dos grupos no tempo e no espaço. As marcas podem ser objetivadas no próprio corpo, como uma tatuagem, ou mesmo habitar o corpo como adereço de identidade, tal como acontece com os bonés, que se transformaram em fonte de tensão permanente em algumas escolas que não toleram seu uso – talvez por não enxergarem que esses sejam signos que representam a extensão da própria subjetividade dos jovens alunos que reagem ao terem de deixar “parte de si” fora do espaço-tempo da escola.
As expressões juvenis estão voltadas para a coesão de seus grupos de referência (códigos, emblemas, valores e representações que dão sentido de pertencimento a grupos) – aquilo que chamamos por vezes, de forma imperfeita e simplificadora, de referências tribais. É comum que esta relação com os grupos de referências entre em choque com os valores de instituições (especialmente a escola e a família) que insistem em pensar os jovens apenas como sujeitos em transição, carentes de valores e referências. O isolamento de jovens em seus grupos de identidade é também desafio para a constituição de uma “sociedade civil juvenil democrática”; sem dúvida, jovens podem se perder no isolamento das identidades caso não consigam construir espaços para o diálogo entre eles e com os “outros”.
Em linhas gerais, podemos dizer que os jovens em seus grupos culturais buscam a inclusão, o reconhecimento, o respeito e a abertura para a possibilidade de viver a diferença. Até que ponto, entretanto, o “mundo adulto” se encontra disposto a dialogar e a ouvir o que os jovens e seus grupos têm a nos dizer?
* Paulo Carrano é coordenador do Observatório Jovem do Rio de Janeiro, da Universidade Federal Fluminense

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Programa capacitará 180 jovens




Por KELE GUALBERTO

Cerca de 180 jovens de baixa renda, moradores do Grande Recife, serão capacitados dentro do programa “Trilha Jovem - Turismo e Inclusão Social” para trabalhar no setor turístico. O projeto foi apresentado, ontem, ao Governo do Estado e ao trade, no Centro de Convenções, em Olinda. O projeto, que está orçado em R$ 330 mil, é promovido pelo Ministério do Turismo e o Instituto Ibi de Desenvolvimento Social, De acordo com a coordenadora pedagógica nacional, Denise Dib, o programa consiste em promover a formação e a inclusão sócio-profissional de jovens com idade entre 16 e 24 anos, que estejam cursando ou concluído há dois anos o Ensino Médio público, e que a renda da família não ultrapasse três salários mínimos. A expectativa é de que o Governo Federal lance, no dia 14 de julho, o edital de licitação para a empresa responsável pela capacitação. As propostas deverão ser abertas até o dia 15 de agosto, sendo em setembro a seleção dos alunos. “Queremos começar a primeira etapa do projeto no início de outubro. O curso tem duração de quatro a cinco meses com 500 horas aulas”, explicou Denise. Caso seja necessário, o projeto poderá ampliar para mais 180 jovens. Nesses quatro anos, 2,4 mil jovens já foram beneficiados em cinco cidades brasileiras: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Foz de Iguaçu, Porto Alegre e Salvador. Agora, o projeto está se expandindo, além do Recife, para São Luiz, Brasília, Natal e São Paulo. Em cada destino, serão capacitadas 180 pessoas.

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Secretaria de Juventude e Emprego convida tod@s para participar

A Secretaria de Juventude e Emprego do Estado de Pernambuco convida tod@s para participar do diálogo aberto onde serão mostradas as ações da Secretaria e como @s jovens podem participar da implementação das Políticas Públicas de Juventude. O espaço tem como pauta:




          • Apresentação do Plano de Estratégia do Governo/SEJE;


          • Apresentação da equipe da SEJE/2008;


          • O estágio de formulação do Plano Estadual de Juventude;


          • Construção do calendário de atividades da criação do Conselho Estadual.


          Data: 02 de JULHO 2008 (quarta-feira)
          Hora: das 09:00 às 13:00 h
          Local: Auditório da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco

          terça-feira, 24 de junho de 2008

          “EXÉRCITO ASSASSINO” - “O HAITI É AQUI”



          Exército brasileiro nas favelas do Rio. Resultado: MILITARES DO EXÉRCITO ENTREGARAM 3 JOVENS PARA SEREM EXECUTADOS POR TRAFICANTES! Comunidade se revolta e exige retirada das tropas!

          Por: Flávio Almeida


          Moradores do Morro da Providência (Centro do Rio) e trabalhadores das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) revoltados com a morte de três jovens, penduraram uma faixa branca com a inscrição "Exército Assassino" e outra preta com a inscrição "Justiça! Voltamos à ditadura?" na fachada do Hospital dos Servidores do Estado nas proximidades da comunidade. O protesto seguiu na segunda-feira (16/06) pelo segundo dia consecutivo contra a morte de três jovens que teriam sido seqüestrados e “vendidos” por soldados do Exército para traficantes de uma facção criminosa no Catumbi, no sábado.

          No Domingo (15/06) houve confronto entre moradores e soldados do Exército. Os momentos de maior tensão aconteceram à tarde, no Largo de Santo Cristo. Cerca de 150 manifestantes tentaram invadir o quartel, mas foram impedidos pela tropa de choque do Exército. Eles jogaram garrafas plásticas nos militares, que revidaram com bombas de efeito moral. “Queremos os soldados assassinos fora da comunidade”, gritavam. Assustados, motoristas voltaram pela contramão. A PM cercou o local, na tentativa de dissipar o tumulto que durou mais de uma hora.

          Na manhã desta Segunda, cerca de 50 trabalhadores do PAC na comunidade fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Duque de Caxias, no Centro, onde funciona o Comando Militar do Leste (CML), contra a presença da ocupação do Exército na Providência. Eles garantem que não voltam ao trabalho enquanto o Exército não deixar o local.

          Fatos e relatos da ação assassina do Exército

          Morro da Providência (Centro do Rio), manhã de sábado 14/06. Três jovens voltando de um baile funk foram abordados por soldados do exército que faziam a ocupação da favela onde, desde dezembro de 2007, são encarregados da segurança das obras do PAC, projetos para reformar fachadas e telhados de casas da favela. Os militares suspeitaram dos jovens. Na revista um deles reagiu e os três foram agredidos pelos soldados. O Comando Militar do Leste (CML) confirmou que os jovens foram abordados por uma patrulha de militares do Grupamento de Unidades-Escolas da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, numa praça no alto do morro, e detidos por “desacato” na manhã de Sábado, por volta das 8h. Os três foram levados ao capitão da tropa no quartel do Exército em Santo Cristo, foram ouvidos e liberados, pouco depois do meio-dia, segundo o Exército.

          Segundo o JB Online de 16/06, o capitão achou irrelevante a prisão por “desacato” e não quis autuar os jovens. E pediu para liberá-los, mas um tenente do Espírito Santo, que está há pouco tempo no Rio, teria deixado os jovens no Morro da Mineira para que eles "aprendessem uma lição". O prefeito Cesar Maia, em seu ex-blog publicado na internet, nesta Segunda-Feira, disse que se militares do exército realmente entregaram os três jovens do morro da Providência a traficantes de uma favela rival, sabiam que eles seriam mortos: “O tráfico de drogas no morro da Providencia é controlado pelo CV (Comando Vermelho), e o tráfico da Mineira é controlado pela ADA (Amigos dos Amigos). Entregar na Mineira, jovens, especialmente insinuando que estavam no tráfico da Providência é saber que serão assassinados. Se confirmado, quem fez esse 'serviço' sabia exatamente o que estava fazendo”. Para os trabalhadores que protestam indignados, a história tem uma versão semelhante. Um morador da área da Mineira, localizado pelo O GLOBO, confirmou que militares do Exército teriam entregado, no Sábado, os três jovens a traficantes de um grupo rival numa favela vizinha. Segundo essa testemunha, cerca de dez soldados fardados e armados com fuzis chegaram com os rapazes a um dos acessos da favela da Mineira, num caminhão do Exército. Logo em seguida, os soldados teriam dado ordens para os três descerem do veículo. Pelo menos seis militares acompanharam calmamente os jovens até um grupo de traficantes, que já aguardava numa das entradas da favela numa boca-de-fumo.

          Os militares estavam entregando os jovens aos traficantes. Os corpos de Wellington Gonzaga Costa, de 19 anos, Marcos Paulo da Silva Correia, de 17, e David Wilson Florêncio da Silva, de 24, mutilados e com marcas de tortura, foram encontrados por catadores no Lixão de Gramacho em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

          A mãe de Wellington desmaiou ao receber a notícia: "Me avisaram que o meu filho foi preso. Encontrei ele no Quartel de Santo Cristo, sentado ao sol. Queria esperar, mas me mandaram ir para a delegacia para onde ele deveria ter sido levado. Após a demora, liguei para o celular dele. Depois de várias tentativas, um homem atendeu e disse que os soldados venderam o meu filho e os amigos para traficantes da Mineira. Nenhum deles tinha envolvimento com o crime. O que fizeram com eles não se faz nem com um cachorro", disse a dona de casa, Liliam Gonzaga da Costa, de 43 anos, que foi reconhecer o corpo do filho Wellington no IML de Duque de Caxias. “Militares confessam que deixaram jovens no Morro da Mineira como castigo”

          Os 11 militares do Exército (1 tenente, 4 sargentos e 6 soldados) que levaram a cabo essa "missão" serão acusados de triplo homicídio. Eles estão presos no 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca (zona norte). O CML determinou a instauração de um inquérito policial militar para avaliar a conduta dos soldados. Contra eles há um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio. Três já prestaram depoimento na 4ª DP, delegacia que investiga o caso. Os traficantes também estão sendo procurados pelos investigadores. Eles irão responder pelos mesmos crimes dos militares: triplo homicídio.

          Por que a presença do Exército no Rio?

          A presença de soldados do Exército no Morro da Providência foi justificada como uma forma de dar segurança aos trabalhadores do projeto Cimento Social, fruto de emenda do senador Marcelo Crivella (PRB), pré-candidato a prefeito do Rio. Crivella é do mesmo partido do vice-presidente José Alencar, que já ocupou o cargo de Ministro da Defesa no primeiro governo do presidente Lula. O projeto consiste na reforma de 780 casas e recebeu R$ 12 milhões do Ministério das Cidades. Agora, os mesmos trabalhadores que estariam recebendo “segurança” do Exército fazem greve contra a presença dos soldados do Exército no morro. “Não temos mais confiança neles”, disse um manifestante.

          Fica evidente o caráter eleitoreiro desta medida. E isso é resultado da coalizão do Governo Lula com partidos capitalistas, como o PRB.

          O HAITI É AQUI

          Não ficaríamos surpresos se alguém nos dissesse que é isso que o Exército Brasileiro tem aprendido no Haiti. Ainda mais depois de algumas semanas atrás quando tomamos conhecimento que as tropas da ONU lideradas pelo Brasil utilizaram 22 mil cargas de munição em 7 horas de repressão às manifestações do povo haitiano contra o alto preço dos alimentos. Lá eles reprimem o povo pobre que protesta contra a fome, povo este que muitas vezes só tem as bolachas de barro (com óleo e açúcar) para comer. Aqui eles organizam os nojentos atos policiais de criminalização da pobreza. Não queremos isso! Fora as tropas do Exército do Haiti e dos morros do Rio.

          SOMOS A FAVOR DE OCUPAR AS FAVELAS COM EMPREGOS, ESCOLAS E HOSPITAIS

          Mas não pelas forças policiais. Somos a favor de projetos públicos que subam a favela e coloquem escolas, hospitais, saneamento, construam casas, isto é, 10, 100, 1000 vezes mais o que o PAC está propondo fazer. É revoltante que em Copacabana há uma máquina que faça a limpeza da poeira que há nas ruas enquanto na favela o trabalhador não tem serviço de coleta de lixo, correio, posto de saúde. Mais do que nunca, a solução pra essa barbárie que vive o povo do Rio é a tomada do poder político e econômico pelos trabalhadores. Já passa da hora de nos unirmos, nos organizarmos e construirmos o socialismo! Só o povo no poder é capaz de mudar essa situação!

          (Foram utilizadas para este artigo as seguintes fontes: Último Segundo; O Globo Online; O Dia Online; Agência do Estado; Folha Online; JB Online)

          terça-feira, 17 de junho de 2008

          Absurdo em Agrestina

          O acesso dos jovens com menos de 18 anos a casas de jogos eletrônicos(Lan Houses) em Agrestina, a 154 quilômetros do Recife, sofrerá restrições. A Promotoria da comarca fez um termo de ajustamento de conduta com oito lan houses da cidade com o objetivo de "não comprometer a segurança física e mental de crianças e adolescentes". Entre as novas regras está a proibição da entrada de jovens com farda escolar nos estabelecimentos. Além disso, eles terão tempo de permanência controlado.
          Texto retirado do Diário de Pernambuco

          Companheiros, os tempos mudaram e os não jovens estão começando a perceber
          que essas mudanças são realmente para ficar. Em Agrestina, os jovens foram
          tolhidos, mais uma vez, por leis preconceituosas, feitas por quem não tem
          acumulo no segmento de tecnologia da informação. A lei que foi aprovada lá,
          trata as Lan Houses como casa de jogos e não como um espaço onde os jovens podem
          ter uma janela aberta para o mundo.
          Ao proibirem os jovens fardados nesses espaços, automaticamente, cria-se
          uma "barreira" por onde "educação formal" parece não poder transpor a
          barreira do universo virtual, e colocam os jovens da cidade na idade da pedra.
          Duvido muito que esse tipo de Lei seria aprovada se tivessemos uma
          Juventude realmente politizada e conhecedora dos seus direitos.

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