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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Jovem latino-americano é 30 vezes mais vulnerável a homicídios do que o europeu

Por Marco Antônio Soalheiro

Brasília - Os jovens latino-americanos estão muito mais gravemente expostos ao risco de serem vítimas de homícidio do que aqueles que vivem em outros continentes. As taxas de homicídio na América Latina duplicam até mesmo as africanas e guardam um abismo em relação aos índices europeus. A constatação é uma das conclusões do “Mapa da Violência: os Jovens na América Latina" divulgado, hoje (25), em Brasília, pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), em parceria com o Ministério da Justiça e o Instituto Sangari.
“A probabilidade de um jovem da América Latina morrer vítima de homicídio é 30 trinta vezes maior que a de um jovem da Europa e acima de 70 vezes maior que a de jovens de países como a Grécia, Hungria, Inglaterra, Áustria, Japão ou Irlanda”, apontou o estudo.
Os países da região se destacam pelas suas elevadas taxas de mortalidade por armas de fogo, tanto entre a população total como entre os jovens.
Considerados os homicídios juvenis, os países latino-americanos ocupam as cinco primeiras colocações entre os 843 países abrangidos pelo levantamento.
Outro indicador que confirma a posição desfavorável da América Latina no cenário mundial em relação aos homicídios são os números apurados no Uruguai, país com menor taxa de homicídios da região. Com o índice de 4,5 homicídios por cada 100 mil habitantes o país ocupa a 35ª posição no ordenamento internacional, em um grupo de taxas moderadas a altas.
Os países da região se destacam pelas suas elevadas taxas de mortalidade por armas de fogo, tanto entre a população total como entre os jovens.
O diretor de pesquisa do Instituto Sangari, Julio Jacobo, explicou que a principal causa associada aos níveis de homicídios no continente é desdigualdade social.
"Uma poderosa explicação da mortalidade por homicídios são os índices de concentração de renda. Nos países que analisamos, 50% dos homcídios juvenis são explicados pela relação entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres. É o confronto, no mesmo espaço geográfico, entre riqueza e pobreza que torna visível a injustiça social e provoca o drama vivido na América Latina"
Segundo o diretor executivo da Ritla, Jorge Werthein, solução para a melhoria das taxas de mortes violentas na Américza Latina passa pelo investimento em programas que diminuam a desigualdade na distribuição de renda, com geração de empregos e aperfeiçoamento educacional.
“Precisa desenvolver fundamentalmente políticas de inclusão social, para atender essa população jovem muito desprotegida e muito vulnerável na América Latina. Se você tem políticas, campanhas sistemáticas de educação sobre o tema, tem possibilidade de melhorar. Não tem que ir a Nova York ou à Europa. Pode ir à Colômbia, onde vemos programas de inclusão social exitosos. Podemos desenvolvê-los no resto da América Latina”, argumentou Werthein.
No Brasil, Werthein destacou como ações governamentais meritórias no enfrentamento da violência, que devem ser continuadas como o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), o Programa Universidade para Todos (ProUni) e Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem).
Ele também elogiou aprovação da Lei Seca, que endureceu as punições para motoristas que dirigem embriagados e tem efeito potencial direto sobre o número de mortes por acidentes de trânsito, que são incluídas uma das vertentes de homicídios incluída na pesquisa da Ritla.
A principal fonte de dados utilizada na elaboração do estudo - que abrange a fixa etária dos jovens de 15 a 24 anos - foi o Sistema de Informação Estatística da Organização Mundial de Saúde (OMS).

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