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segunda-feira, 30 de junho de 2008

Governo do Estado vai construir presídio para 440 jovens adultos


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O governador Eduardo Campos esteve em Brasília nessa sexta-feira (27), para participar da assinatura do repasse de recursos do Programa Nacional de Segurança com Cidadania – Pronasci. Lançado em 2007, o programa beneficia 17 estados do país investindo, até o final de 2012, R$ 6,707 bilhões. Assim como o Pacto pela Vida, do Governo do Estado, o Pronasci objetiva articular as políticas de segurança com ações sociais, priorizando a prevenção no combate à criminalidade no país.

Pernambuco teve vários projetos atendidos pelo Pronasci. O principal deles, no valor de R$ 14 milhões, é a construção de um presídio para 440 jovens adultos (entre 18 e 24 anos). O local da unidade ainda não foi definido. "O Presidente Lula está cumprindo o que se comprometeu a fazer em benefício da segurança pública no Brasil que é não contingenciar os recursos. Todos os estados contam com a ajuda do Governo Federal para combater a criminalidade, um problema que assola todo o país", afirmou Eduardo Campos.

O vice-presidente José Alencar presidiu a cerimônia no Palácio do Planalto, que contou ainda com a participação dos governadores do Pará, Ana Júlia Carepa, e do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O prefeito do Recife, João Paulo, também esteve na sede do Governo Federal.

Universidade paga não segue lei de professor exclusivo


Menos da metade das escolas privadas tem um terço dos docentes em regime
integral.
Norma existe para incentivar a pesquisa e melhorar o ensino; até hoje, MEC
não puniu nenhuma escola fora da regra.


Por ANTÔNIO GOIS e FÁBIO TAKAHASHI

Só 37 das 86 universidades privadas (43%) cumprem a exigência legal de ter
um terço dos docentes trabalhando em regime integral, aponta o Censo da
Educação Superior 2006 (mais recente). O prazo para adequação acabou há
quatro anos, mas o MEC ainda não descredenciou nenhuma instituição.
A exigência é da Lei de Diretrizes e Bases, de 1996. De acordo com o MEC, as
universidades ainda serão reavaliadas. As que não cumprirem a norma podem
perder o título de universidade -o que tira delas o direito de ampliar e
abrir cursos sem prévia autorização.
O objetivo de ter professores em tempo integral é incentivar a pesquisa e
oferecer melhores condições de ensino (com horário remunerado para
preparação de aulas e correção de provas, por exemplo).
Nesse regime, a carga horária é de 40 horas semanais, mas somente metade em
sala de aula. O professor com dedicação exclusiva custa à instituição mais
caro do que um pago por hora, já que este último pode ficar 100% do tempo em
sala.
Nas 90 universidades públicas no censo, apenas seis não cumprem a lei
-quatro delas cobram mensalidades.
O Enade (exame de alunos do governo federal) sugere que a proporção de
docentes com dedicação integral influencia na qualidade. Nas dez
instituições com menor proporção, as médias de cada universidade (feitas a
partir de todos cursos avaliados) variaram entre 2,5 e 3,3 (escala de 0 a
5). Nas com mais docentes em regime integral, a variação foi de 3,5 a 4,4.
"A presença do professor o tempo todo na universidade e o envolvimento dos
estudantes em outras atividades fora da sala de aula fazem diferença na
formação", afirma Oscar Hipólito, professor do Instituto de Física da USP
(São Carlos) e pesquisador do Instituto Lobo.
Professor da pós-graduação em Educação da PUC-SP, Marcos Masetto afirma que
os docentes sem dedicação integral têm dificuldades para se atualizarem e
planejar seus cursos.

Legislação
O decreto de 1997 que regulamentou a lei fixou prazos intermediários com
metas a serem atingidas e acompanhadas. Previa ainda que o descumprimento
resultaria na reclassificação da universidade em centro universitário,
instituição com menos autonomia para abrir cursos. Isto, no entanto, nunca
foi colocado em prática.
O diretor de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC, Dirceu
Nascimento, afirma que, no momento, o ministério levanta os dados para o
recredenciamento das escolas: "Todas serão reavaliadas. Existe a exigência
de que a avaliação seja feita ao longo de dez anos. Será exigida a adequação
à lei".
O presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias e do
Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Gilberto Garcia, afirma
que a lei deixa claro que é preciso ter ao menos um terço dos docentes em
regime integral. Segundo ele, no entanto, as comissões do MEC que visitam as
universidades, em geral, colocam o item apenas como mais um entre outros
aspectos a compor a avaliação final.
O presidente do CNE (Conselho Nacional de Educação), Edson Nunes, diz que o
artigo da lei é frágil por dar margem a várias interpretações. Para ele,
houve descuido do governo, "que criou suas próprias universidades sem
produção intelectual e credenciou instituições com base em precária
verificação de pesquisa".
"Mas não adianta culpar o MEC. Uma lei ruim, que define universidade por
operação aritmética, só produz regulação ruim", afirma Nunes.
No ano passado, a pedido do MEC, o CNE enviou parecer, ainda não homologado,
sobre a aplicação da lei e com outras sugestões para o setor. A mais rígida
era a exigência de mais de cinco programas de pós-graduação stricto sensu,
sendo ao menos um de doutorado.
Em 2006, 62% das universidades não cumpririam esse critério. O percentual
era de 79% entre privadas, 64% nas estaduais e 28% em federais.

sábado, 28 de junho de 2008

Ação Mutirão de Grafite

A REDE DE RESISTÊNCIA SOLIDÁRIA realiza
a Ação Mutirão de Grafite
Domingo 29/06/08 no bairro da Várzea Recife-PE.


Programação do Mutirão

-Rádio Rede
Programa Radiola do Bem; movimento de Parteiras da Várzea; programa sobre sexualidade e Juventude com Rodrigo Gatovéi do "Ui, meteu o dedo, agora mexa" do Caranguejo-Uçá, Ilha de Deus.

-Oficina Saúde e Meio-Ambiente
a) Plantio de mudas de árvores com garrafas pet (Cariry),
b) Alimentação Saudável e Remédios caseiros (Leandro)
c) Produtos de limpeza caseiros (Mateus).
obs:Estas atividades serão realizadas no período da manhã a partir das 10h.

-Atividades com as Crianças
Ceça, educadora popular, estará coordenando as atividades educativas com as crianças no dia.
Todos se comprometeram no dia a levar materiais para as crianaças como pincel e livrinhos educativos para leitura coletiva.

SEMINÁRIO: “DIREITOS REPRODUTIVOS E ABORTO: FERRAMENTAS DE ADVOCACY PARA A JUVENTUDE”.



Local: Estrada da Boa Esperança, 1.050 (Refúgio Ecotinguá), Nova Iguaçu,Rio de Janeiro
Data: 18, 19 e 20 de julho de 2008

O seminário tem como objetivo capacitar jovens do movimento estudantil sobre a temática dos direitos reprodutivos e sexuais, na perspectiva da saúde pública e dos direitos humanos e aprofundar argumentos em relação à legalização/descriminalização do aborto. De acordo com os objetivos da capacitação poderão encaminhar inscrições para o processo de seleção, mulheres jovens, universitárias, integrantes do movimento estudantil, de acordo com os critérios abaixo dispostos:

Mulher Jovem Universitária
Integrante do movimento estudantil
Idade até 29 anos
Possuir interesse pela temática dos Direitos, Sexuais e Direitos Reprodutivos
Disponibilidade para o cumprimento integral da agenda da capacitação
Apresentar, em linhas gerais, proposta de como pretende divulgar o conteúdo da capacitação para a sua universidade (estratégias e capacidade de mobilização) [pergunta n° 3 da ficha de inscrição]
Preencher integralmente a ficha de inscrição, que segue em anexo a esta convocação e que deverá ser enviada para o email: mulheresune@gmail.com até o dia: 6 de julho*
Serão abertas 7 vagas para estudantes de outras regiões envolvidas na campanha pela legalização do aborto da UNE
Informamos que para seleção das participantes serão utilizados os seguintes critérios:Territorial / Distribuição das vagas: RJ (7 vagas), São Paulo (5 vagas), Minas Gerais (5 vagas), Espírito Santo (4 vagas), demais Estados (7 vagas)
Diversidade de universidades, cursos e movimentos estudantis
Histórico de atuações e/ ou projetos sobre o tema
Diversidade de coletivos
Diversidade de etnia/raça
O resultado da seleção será divulgado até o dia 9 de julho quando entraremos em contato com as participantes selecionadas através de e-mail e telefone.


FICHA DE INSCRIÇÃO
Por favor, assegure-se que todas as respostas encontram-se completas (máximo de 5 linhas para cada resposta, exceto pergunta 3). O formulário deve ser encaminhado em forma Word.
Informações PessoaisNome:Cidade:Universidade/ Curso/ Campus:Organizações:Data de nascimento:Telefones:E-mail:
1) Para você, o que significam direitos sexuais e direitos reprodutivos ?
2) O que você entende por participação juvenill?
3) Descreva de que maneira sua experiência/ trabalho poderá contribuir multiplicação dos conteúdos apreendidos ao longo da capacitação. Descreva, ainda, como irá compartilhar e usar as informações que obteve na capacitação na universidade que integra. (número de linhas é livre)
4) Qual sua posição em relação ao aborto?
5) Você tem conhecimento sobre a Caravana da Saúde que será realizada pela UNE ? Conhece quais as temáticas que serão trabalhadas pela caravana?
6) Você irá participar da caravana ? Estará atuando em algum grupo ou temática específica? De que forma? (descreva detalhadamente)
7) Quais as suas expectativas participando desta capacitação ?
Preenchida a ficha de inscrição a mesma deverá ser enviada para o e-mail: http://mail.google.com/mail/h/e5qyatgmdbfr/?v=b&cs=wh&to=mulheresune@gmail.com contendo o assunto FICHA DE INSCRIÇÃO. Só serão aceitas inscrições enviadas via e-mail.
DATA LIMITE PARA ENVIO DA FICHA DE INSCRIÇÃO: 6 de julhoDúvidas: entrar em contato com Ana Cristina - diretora de mulheres da UNE http://mail.google.com/mail/h/e5qyatgmdbfr/?v=b&cs=wh&to=ana.limapimentel@gmail.com(32)88220290 ou 91975513

VI Mostra Brasileira de Dança




Com início na próxima terça-feira, dia 1 de julho, a VI Mostra Brasileira de Dança abre espaço para todos os estilos da dança em coreografias isoladas ou espetáculos completos, e a programação conta com várias novidades.




É a diversidade do dançar, literalmente, em três palcos distintos:




Experimentos 1, 2, 3..., Nova Dança e Toda Dança.




Realização: Paulo de Castro Produções Artísticas, com produção executiva de Íris Macedo.



Patrocínio: Prefeitura do Recife e Governo do Estado de Pernambuco. Informações: 3423 3186 / 3421 8456 mostradancarecife@gmail.com




De 1 a 6 de julho, às 19h - Palco Toda Dança (Teatro de Santa Isabel: 3232 2939). Ingresso: R$ 10 (crianças, estudantes e maiores de 65 anos) e R$ 20. Artistas participantes: R$ 5.
Dia 1 - (Abertura oficial somente para convidados. Os artistas participantes precisam pegar convite na bilheteria das 14 às 18h) / Cia. de Dança da Escola Municipal de Frevo (com o espetáculo Avesso do Passo)
Dia 2 - Confraria Cultural Zanboclã / Cia. Pernambucana de Dança do Ventre / Grupo Pé no Chão / Junior Cervila & Amanda Baldo Cubas (SP/Argentina) / Dante Cia. de Dança e Teatro / Carolemos Dançarte / Sopro Cia. de Dança (SP) / Unione Cia. de Dança (com o espetáculo Versatile)
Dia 3 - Cia. de Dança Gustavo Regalado / Cia. Vias da Dança / Studio de Danças / Cia. de Dança Árabe Hannah Costa / Dharuê Malungo / Priscila Borba & Julcélio Nóbrega / Gira Dança (RN)
Dia 4 - Equipe de Dança / Ballet Jovem Studio de Danças / Bacnaré – Balé de Cultura Negra do Recife / Junior Cervila & Amanda Baldo Cubas (SP) / Balé Deveras / Cia. Pernambucana de Sapateado e Dança / Sopro Cia. de Dança (SP) / Roberto Cristiano & Cínthia Marcelle / Criart Cia. de Dança
Dia 5 - Balé Popular do Recife (com o espetáculo As Andanças do Divino)
Dia 6 - Grupo Experimental (com o espetáculo Conceição) / Cia. de Dança da Escola Municipal de Frevo (com trecho do espetáculo Avesso do Passo)
***
De 3 a 6 de julho, às 20h - Palco Experimentos 1, 2, 3... (Teatro Hermilo Borba Filho: 3232 2030). Ingresso: R$ 5 (preço único) * Com debates após as apresentações. Mediação: Romildo Moreira.
Dia 3 - Valéria Vicente (Pequena Subversão) / Cia. Flamenca de La Luna (Soniquete) / Sopro Cia. de Dança/SP (Dança Russa) / Robson Raed (Fause) / Aneska França e Demétrius Gonçalves (Ancré a ton Port) / Sopro Cia. de Dança/SP (Sorri e Ao Longe Há Alguém)
Dia 4 - Ivaldo Mendonça em Grupo (Tempo Fragmento) / Adriana Carneiro (Estação) / Balé da Cidade do Natal/RN (Só Eu Sei o Que Isso Significa)
Dia 5 - Kleber Lourenço (Fluxo Livre) / Tainá Barreto/DF (Vem Ver o Belo Luar) / Arthur Marques/PB (Concêntrico) / Trupp Cia. de Dança (Quando Eu Era...)
Dia 6 - Acupe Grupo de Dança (Coreológicas Recife)
****
Dias 8 e 9 de julho, às 19h - Palco Nova Dança (Teatro do Parque: 3232 1553). Ingresso: R$ 10 (crianças, estudantes e maiores de 65 anos) e R$ 20. Artistas participantes: R$ 5.
Dia 8 - Gesttus Cia. de Dança / Grupo Endança / Cia. de Dança Valdeck Farias / Guerreiros do Passo / Paralelo Gesttus Grupo de Dança / Carolemos Dançarte / Cia. de Dança Gustavo Regalado / Ballet Jovem Studio de Danças / Grupo Contemporâneo Motivo / Ária Clássico / Cia. Pernambucana de Sapateado e Dança / Equipe de Dança / Confraria Cultural Zanboclã
Dia 9 - Cia. Nós da Dança / Cia. de Dança Valdeck Farias / Ribalta Cia. de Dança / Grupo NAP de Dança / Ballet Kyara Quintela / Ária Clássico / Grupo Recanto
Ballet Jovem Studio de Danças / Espaço de Dança Luciano Oliveira / Carolemos Dançarte / Pantomima / Gothá Companhia de Dança / Pernambuco no Passo
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De 5 a 11 de julho - Oficinas, em vários locais e horários. Preço: R$ 30 cada.
Tango - Com Junior Cervila & Amanda Baldo Cubas (SP/Argentina). Dias 5, das 18 às 20h, e 6 de julho, das 15 às 17h. Na Atos Escola de Dança (Rua Cônego Barata, N° 337, Tamarineira. Telefone: 3269 7066 / 3072 2428)
Dança Moderna - Com Marcelo Pereira (PE/Suíça). De 7 a 11 de julho, das 10 às 11h30. No Studio de Danças (Rua das Pernambucanas, N° 65, Graças. Telefone: 3231 3661)
Voz e Corpo - Com Vanessa Oliveira & Leonardo Filho (RN). De 7 a 11 de julho, das 10h às 11h30. No Studio de Danças (Rua das Pernambucanas, N° 65, Graças. Telefone: 3231 3661)
Maquiagem Artística e Caracterização Para Dança - Com Jô Ribeiro & equipe da Catharine Hill/Back Stage (PE). De 7 a 11 de julho, das 14 às 17h. No Teatro de Santa Isabel (Praça da República, S/N°, Santo Antônio. Telefone: 3232 2936)
Construção de Presença Cênica, Improvisação e Criação em Dança Contemporânea - Tainá Barreto & Lineu Guaraldo (DF/SP). De 7 a 11 de julho, das 14h30 às 17h. No Studio de Danças (Rua das Pernambucanas, N° 65, Graças. Telefone: 3231 3661)
Dia 12 - Festa de encerramento, em local e horário a confirmar.



sexta-feira, 27 de junho de 2008

Secretaria de Juventude e Emprego convida tod@s para participar

A Secretaria de Juventude e Emprego do Estado de Pernambuco convida tod@s para participar do diálogo aberto onde serão mostradas as ações da Secretaria e como @s jovens podem participar da implementação das Políticas Públicas de Juventude. O espaço tem como pauta:




          • Apresentação do Plano de Estratégia do Governo/SEJE;


          • Apresentação da equipe da SEJE/2008;


          • O estágio de formulação do Plano Estadual de Juventude;


          • Construção do calendário de atividades da criação do Conselho Estadual.


          Data: 02 de JULHO 2008 (quarta-feira)
          Hora: das 09:00 às 13:00 h
          Local: Auditório da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco

          Eduardo dá o primeiro passo para maior investimento da história de PE


          Pernambuco vai receber a sua primeira usina siderúrgica. O anúncio foi feito pelo governador Eduardo Campos e pelo diretor executivo da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN, Enéas Diniz Garcia, ontem, durante encontro no Palácio do Campo das Princesas. A Usina Siderúrgica de Pernambuco - USP pode somar um investimento total de US$ 6 bilhões, superando o valor aplicado na construção da Refinaria Abreu e Lima - US$ 4,5 bilhões - se tornando o maior investimento da história do Estado.

          A USP será construída em três módulos, chegando a sua plena capacidade dentro de seis anos. Produzirá aços longos e planos (vergalhões, fios máquina, treliças e arame recozidos), utilizados na construção civil e na indústria. A unidade vai ocupar uma área de 337 hectares, vizinha ao Estaleiro Atlântico Sul, no Complexo Industrial Portuário de Suape. A produção será voltada para o mercado interno e a Ferrovia Transnordestina deverá ser o seu principal canal de escoamento. A planta também conta com um porto privativo para recebimento e envio de matéria-prima.
          O primeiro módulo vai custar US$ 1,3 bilhão em investimento e estará concluído dentro de quatro anos. No pico de sua construção, serão 1.150 trabalhadores no canteiro de obras. Terá capacidade para processar 500 mil toneladas de minério de ferro/ano, empregando 800 pernambucanos de maneira direta e outros 2.400 indiretamente. São soldadores, maçariqueiros, torneiros mecânicos, armadores e outros profissionais que serão contratados e qualificados num esforço conjunto do Governo do Estado e da Companhia Siderúrgica Nacional.
          Segundo Enéas Garcia, outras duas ampliações estão previstas. Cada uma aumentará a capacidade de processamento em 1,5 milhão de toneladas/ano. Quando atingir a sua carga máxima, a USP terá a capacidade de processar 3,5 milhões de toneladas de minério de ferro/ano somando um investimento total de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). Ao final de todo o projeto, cerca de 5.600 pernambucanos serão empregados de maneira direta e outros quase 15 mil de forma indireta.
          Durante entrevista coletiva que marcou o anúncio, Eduardo Campos destacou o empenho do secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, e do senador Sérgio Guerra, que tiveram importante papel nas negociações com a Companhia. Também assinou o projeto de lei que prevê a concessão de incentivos fiscais na ordem de 95% para empresas dos ramos da siderurgia e automotiva que desejarem se instalar no Porto de Suape.
          O Governador explicou que a instalação da siderúrgica representa mais que a chegada de um novo empreendimento de grande porte a Pernambuco. “Essa decisão da CSN representa o início da consolidação de um conjunto siderúrgico no Porto de Suape, que dialoga de maneira direta com o estaleiro de navios, com todo um conjunto de empreendimentos de linha branca (eletrodomésticos) e com a nossa luta e o nosso trabalho para fazer também um pólo automotivo em Suape”, afirmou.
          O desempenho alcançado pelo Porto de Suape, considerado o melhor porto público do País, além de sua localização geográfica privilegiada, foram pontos decisivos na escolha de Pernambuco como sede do empreendimento, segundo Enéas. “A gente vem estudando várias regiões do país para instalar a siderúrgica. O que contou muito para a CSN foi a estrutura fundamental e estratégica do Porto de Suape. Aqui vamos estar implantando uma das siderúrgicas mais competitivas do mundo”, garantiu.

          Instituto das Nações Unidas capacita Guarda Municipal de Recife para o combate à homofobia


          O Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud/Brasil), em parceria com o Governo Federal e a Prefeitura de Recife realiza, entre os dias 30 de junho e 4 de julho, a primeira oficina de capacitação da Guarda Municipal, para o combate à homofobia

          Cerca de 50 guardas municipais participarão da oficina, divididos em duas turmas. Os temas propostos para a atividade são: Gênero e Homofobia; Legislação relacionada e Estudo de casos de homofobia. Ao final dos cinco dias de capacitação, será feita uma avaliação dos trabalhos, com o intuito de analisar os impactos positivos da iniciativa no trabalho da Guarda junto à população recifense.

          Violência homofóbica em Pernambuco
          Relatório divulgado, em abril de 2008, pelo Grupo Gay da Bahia, dá conta que Pernambuco é o segundo estado onde ocorreram mais assassinatos de pessoas LGBT no Brasil, no ano passado (17 crimes). Sendo que, nos anos anteriores, PE sempre havia registrado os maiores números de mortes violentas em razão da homofobia.

          Além disso, uma pesquisa realizada durante a 5ª Parada da Diversidade (2006), em Recife, mostrou que 71% dos 791 entrevistados já haviam sofrido discriminação, ao menos uma vez na vida e 61% já haviam sofrido agressão em razão de sua orientação sexual ou identidade de gênero.

          Ilanud/Brasil
          O Ilanud/Brasil foi criado em 1997, por intermédio de termo de cooperação entre a Organização das Nações Unidas e os Governos Federal e do Estado de São Paulo. Atua nas áreas da Segurança Pública e Prevenção da Violência; Justiça Juvenil e Justiça Criminal e Sistema Prisional, por meio da realização de pesquisas, capacitações e produção de conhecimento, em parceria com instituições do poder público e organizações não-governamentais.

          Para conferir a programação completa, clique aqui:

          Serviço:
          Capacitação da Guarda Municipal de Recife para combate à homofobia
          Data: de 30 de junho a 4 de julho
          Horário: das 9 às 18 horas
          Local: Auditório da Guarda Municipal de Recife. Avenida Mário Melo, s/nº - Boa Vista – Recife/PE

          RETROCESSO NA DISCUSSÃO SOBRE O ABORTO:CRIMINALIZAÇÃO EM MASSA DE MULHERES

          Por CÁSSIA MARIA ROSATO


          No dia 18 de junho, Brasília foi sede de uma audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados para debater a criminalização do aborto no Brasil. Até esse ponto, nenhuma surpresa já que o então Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, tem levantado esse debate em sua gestão, diferentemente de seus antecessores. Ele teria colocado, inclusive, a importância de se realizar um plebiscito no país para verificar a opinião da população brasileira sobre esse polêmico assunto. Tal proposta fez com que a temática do aborto voltasse à tona, reacendendo velhas discussões e também implicando em penalizações espantosas.

          Na realidade, o que chama a atenção é o impressionante fato que se apresentou como o principal motivador da citada audiência: quase 10 mil mulheres que foram atendidas numa determinada clínica médica em Campo Grande (MS), no período de 1999 a 2007, estão tendo seus prontuários vasculhados com a suspeita de terem praticado crime de aborto.

          O juiz responsável por tal proeza justifica dizendo que desse total de mulheres, somente mil serão realmente processadas. Coloca ainda que caso não cumpra a lei, pode responder por prevaricação que tem pena maior que o crime de aborto. Fica muito difícil compreender que tipo de função pública está sendo cumprida com a criminalização de quase dez mil mulheres. Segundo dados do CFEMEA (Centro Feminista de Estudos e Assessoria), 25 mil mulheres cumpriram pena em regime fechado, no país, em 2007. Não há como deixar de questionar qual o real sentido de tal feito.

          Apenas a título de contextualização, hoje estão tramitando aproximadamente 15 projetos de lei sobre o tema na Câmara e no Senado. A quase totalidade dessas propostas (13!) apresentam inúmeros retrocessos frente à legislação atual. Para ilustrar o nível do debate atual, uma delas pretende cassar o direito já previsto de aborto em situações de risco de vida para a mãe ou estupro e outra propõe o endurecimento da pena tipificando o aborto como crime hediondo! O absurdo chega ao ponto de um projeto de lei, já apelidado de “bolsa-estupro”, onde a mulher que aceitar não fazer o aborto receberá um salário mínimo até o filho completar 18 anos.


          O fato é que toda essa discussão está muito comprometida do ponto de vista da suposta imparcialidade e laicidade do Estado. Por trás desses projetos, temos fortes bancadas religiosas que estão tumultuando o parlamento e desviando o eixo da discussão. O aborto precisa ser debatido enquanto questão da saúde pública, tirando de foco seus aspectos morais e religiosos. Há parlamentares que fazem citações bíblicas em seus discursos e perdem toda e qualquer isenção enquanto sujeitos políticos, supostamente representantes do povo.

          Infelizmente, com esse nível de amadurecimento, o debate sobre o tema fica comprometido e milhares de mulheres continuam morrendo, em função de abortos clandestinos, no Brasil. De acordo com estudo realizado pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com o apoio do Ministério da Saúde, estima-se que o número de abortos realizados no país passe de um milhão ao ano, resultando em 220 mil complicações hospitalares. Além disso, constitui-se como uma das principais causas de mortalidade materna.

          Nesse sentido, torna-se imprescindível aprofundar o debate junto à população brasileira e buscar meios de fazer valer os compromissos que o Brasil assumiu junto à ONU nas Conferências do Cairo, em 1994, e de Beijing, em 1995. Resumem-se à revisão de textos legislativos que sejam punitivos para as mulheres que decidem interromper a gravidez.

          Não resta dúvida de que a criminalização do aborto representa um tipo de discriminação contra a mulher. A denúncia envolvendo quase 10 mil mulheres no Mato Grosso do Sul termina por retratar o quanto o Brasil está longe de considerar essa questão como de saúde pública. E mais, o episódio só demonstra o quanto essa difícil escolha - que algumas mulheres acabam fazendo - ainda é confundida com caso de polícia, como se a lógica criminal fosse dar conta de uma problemática muito maior. É preciso entender que a aplicação penal apenas reforça a desigualdade e a discriminação de quem já se encontra em situação de vulnerabilidade.


          Cássia Maria Rosato é psicóloga e faz parte da equipe do GAJOP.

          Fundação abre inscrições para conferências que discutirão a atualidade dos acontecimentos de 1968


          Estão abertas as inscrições para o ciclo de conferências do evento Quando foi 1968?,uma programação que toma como ponto de partida os 40 anos dos acontecimentos que tornaram o ano de 1968 um marco nas transformações culturais. A conferência é uma oportunidade de avaliar, do ponto de vista da arte e do tempo presentes, qual o legado ainda válido daqueles eventos.

          O ciclo acontece de 7 a 9 de julho e traz ao Recife palestrantes como o curador Paulo Herkenhoff, a psicanalista e escritora Suely Rolnik, o cineasta Edgard Navarro, a intelectual ângela Prysthon e o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa. A programação inclui uma mostra de cinema (7 a 10) que oferece a rara oportunidade de se ver filmes de Guy Debord, um dos mais influentes pensadores do período e autor do livro Sociedade do Espetáculo. Também inclui uma exposição (3 a 20) com trabalhos de artistas brasileiros como Antônio Dias, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Lygia Clark, Hélio Oiticica e Paulo Bruscky, além do grupo de escritores vinculados ao movimento Poema/Processo, incluindo Moacy Cirne e Anchieta Fernandes, cujas temáticas fizeram parte das discussões artísticas presentes em 1968, abarcando ainda seus imediatos antecedentes e desdobramentos.

          O evento é promovido pela Diretoria de Cultura da Fundação Joaquim Nabuco (MEC), tem a com a Curadoria geral de Moacir dos Anjos e de cinema de Kleber mendonça Filho e Luiz Joaquim. A participação é gratuita mediante inscrição ou a lotação da sala de cinema da Fundação.

          Serviço
          O que: Quando foi 1968?
          Exposição - 3 a 20 de julho
          Mostra de Cinema - 7 a 10 de julho
          Ciclo de conferências - 7 a 9 de julho
          Onde: Fundação Joaquim Nabuco – Diretoria de Cultura
          Rua Henrique Dias, 609, Derby. CEP: 52010.100, Recife (PE)
          Inscrições on-line no período de 19 a 30 de junho para as conferências pelo e-mail: incricoescultura@fundaj.gov.br e retirada de senhas uma hora antes da exibição de cada filme na bilheteria.
          Informações: (81) 3073.6659
          Acesse o formulário de inscrição e conheça a programação completa no site da Fundação http://www.fundaj.gov.br/

          quinta-feira, 26 de junho de 2008

          Encontro debate novo modelo para o campo brasileiro


          Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário inicia nesta quarta-feira (25), em Olinda, e deve reunir cerca de duas mil pessoas de todo o país. Dividida em duas partes, o Brasil Rural que Temos e o Brasil Rural que Queremos, conferência quer reunir elementos para formular políticas que apontem para um novo padrão de desenvolvimento no campo brasileiro.
          Por Marco Aurélio Weissheimer

          OLINDA - Formular uma Política Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário para o Brasil Rural que contemple as diversidades sociais e regionais do país: esse é o objetivo central da Iª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, que inicia nesta quarta-feira (25), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda (PE).O encontro, que deve reunir cerca de duas mil pessoas, é resultado do debate que vem sendo realizado, ao longo dos últimos anos, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. A conferência foi precedida por encontros estaduais, territoriais, intermunicipais e municipais, eventos setoriais e temáticos. Essas reuniões produziram contribuições de mais de 30 mil pessoas, expressas no documento-base, dividido em duas partes: o Brasil Rural que Temos e o Brasil Rural que Queremos. O universo dos debates do encontro, que tem como lema “Um Brasil Rural com Gente”, diz respeito a cerca de 80% dos municípios do país que têm sua dinâmica econômica associada ao meio rural. Para contemplar esse universo, dois terços dos delegados da conferência são reservados à sociedade civil: agricultores, assentados, comunidades quilombolas, jovens, povos indígenas, agroextrativistas, pescadores artesanais, representantes de cooperativas e da economia solidária, comerciantes, industriais, agentes de saúde, professores, representantes de redes e organizações não-governamentais. Os representantes de órgãos públicos terão um terço do total de vagas da conferência.O documento-base do encontro sustenta que o debate sobre os padrões de desenvolvimento rural ocorre num momento de questionamento da ordem internacional em função do “fracasso do neoliberalismo enquanto alternativa à superação das necessidades socioeconômicas e ambientais”. Além disso, ocorre em um contexto de elevação dos preços internacionais de alguns alimentos básicos como trigo, arroz, feijão e leite, com uma conseqüente crise de abastecimento em vários países.Os impactos no Brasil, acrescenta o documento, têm sido atenuados pela diversificação produtiva da agricultura, responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos pela população do país. Mas essa situação, ressalta, “coloca para o Brasil alguns desafios, como garantir a segurança e soberania alimentar, ofertando alimentos em quantidade, qualidade e diversidade para toda a população e contribuir com a oferta mundial de alimentos”.Outro eixo central do debate gira em torno da questão ambiental. Como construir um novo padrão de desenvolvimento no campo brasileiro, revertendo a tendência de destruição do meio ambiente? O problema do desmatamento na região amazônica e o projeto de desenvolvimento de biocombustíveis ocupam um lugar central neste debate.Segundo o secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Humberto Oliveira, a Conferência marcará um período de grande mobilização nacional para a discussão de um modelo de desenvolvimento rural – o Brasil rural que queremos. “A Conferência é uma releitura que faremos do que é o meio rural brasileiro. Vamos tratar de saúde, educação, cultura, gênero e juventude, entre outros temas importantes para o campo”, resume. Até o dia 28 de junho, Olinda será a sede nacional desse debate.

          Evangélicos invadem Congresso contra projeto que criminaliza homofobia

          Por GABRIELA GUERREIRO e RENATA GIRALDI da Folha Online,

          Em Brasília, um grupo de evangélicos tentou invadir o Congresso Nacional nesta quarta-feira em protesto contra a aprovação do projeto que criminaliza a homofobia (discriminação contra homossexuais) no país. Cerca de mil evangélicos fizeram uma manifestação em frente à sede do Legislativo para evitar a votação do projeto. Os manifestantes querem ter o direito de criticar a homossexualidade, sem punições estabelecidas na legislação.
          O projeto está em discussão na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado, sem previsão de entrar na pauta de votações do plenário. "Achamos que o problema da discriminação não atinge só os homossexuais, mas também os negros, as mulheres, até mesmo nós evangélicos. O projeto de lei dá poderes ditatoriais a uma minoria. Se um funcionário for dispensado de uma empresa, por exemplo, pode alegar homofobia e o dono da empresa vai ser preso por crime hediondo, inafiançável. Queremos trazer um projeto para proteger todas as minorias", disse o deputado Rodovalho (DEM-DF), da Igreja Sara Nossa Terra.
          Parte dos manifestantes pressionou seguranças do Senado para ingressarem na Casa. Houve empurra-empurra e princípio de tumulto em frente à entrada principal do Legislativo. O grupo fez orações contra a aprovação do projeto, conduzidos pelo pastor Jabes de Alencar, da Assembléia de Deus.
          "Senhor, sabemos que há uma maquinação para que esse país seja transformado numa Sodoma e Gomorra [cidades bíblicas que teriam sido destruídas pelos excessos cometidos por seus moradores]. Um projeto desses vai abrir as portas do inferno", disse o pastor.
          Alguns dos manifestantes conseguiram ingressar no Senado e foram recebidos na presidência pelo senador Magno Malta (PR-ES). Evangélico, Malta ocupa interinamente a presidência uma vez que o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN) está fora de Brasília. O pastor Silas Malafaia, da Assembléia de Deus, entregou um documento para Malta contra a aprovação do projeto. "Esse projeto de livre expressão sexual abre as portas para a pedofilia. É uma afronta à Constituição e à família", disse o pastor.
          O deputado Miguel Martini (PHS-MG), que integra a frente parlamentar em defesa da família e da vida, disse que o projeto quer "calar a boca" dos cristãos contrários à homossexualidade. "Nós amamos os homossexuais, porque são nossos irmãos, mas não amamos o "homossexualismo'. É um grande combate que estamos enfrentando entre luz e trevas. Não aceitamos discriminação de ninguém, mas não aceitamos sermos discriminados em nossas convicções religiosas."
          Críticas
          Relatora do projeto no Senado, a senadora Fátima Cleide (PT-RO) criticou a mobilização dos evangélicos contrário à criminalização da homofobia. "Infelizmente alguns religiosos utilizam discurso político para tentar ludibriar as pessoas crentes e tementes a Deus. Há que se observar aí mais uma postura de intolerância, pois em qualquer religião há diversidade dos seres humanos", afirmou.
          O projeto, de autoria da ex-deputada Iara Bernardi (PT-SP), considera crime o preconceito de gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero. O texto foi aprovado pela Câmara no ano passado e tramita no Senado.

          Carta do Intervozes ao MST

          Às/aos companheiras/ os do MST,
          Não bastasse a criminalização simbólica dos movimentos sociais cotidianamente por parte da mídia, assistimos agora, entre outras ações, à tentativa de criminalização oficial do MST por parte do Ministério Público do Rio Grande do Sul ao propor a dissolução do movimento.

          Repudiamos essas ações do Estado, que retrocedem aos tempos da ditadura. As medidas de repressão ao movimento agora sequer se relacionam com a questão fundiária. Em documentos produzidos pelo MP-RS e pelo serviço de inteligência da Brigada Militar gaúcha vemos que a repressão se justifica com divergências políticas e preconceito ideológico.

          Para embasar suas ações repressivas, os promotores destacaram que o MST é anti-capitalista e esquerdista. Mencionaram que o movimento se inspira nas obras de Florestan Fernandes, Paulo Freire, Chico Mendes, José Marti, Che Guevara e Anton Makarenko. Denunciam que o movimento é “político” e que seu objetivo é o socialismo. Afinal, em um estado democrático de direito, tão defendido pela Justiça brasileira, qual a relevância jurídica destas citações em documentos oficiais?

          Os mentores desta ação orquestrada, articulados dentro da estrutura de Estado, são explícitos quanto aos seus objetivos: dissolução do MST, quebrar a espinha dorsal do movimento.

          A liberdade política, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão e manifestação estão sendo atacados no Rio Grande do Sul com a criminalização de lideranças, uso da violência para dispersar manifestações, proibição de marchas, proibição de qualquer deslocamento de famílias acampadas, além da destruição de outros acampamentos, incluindo posto de saúde e escola.

          Para nós, a ação reacionária se torna uma afronta quando, em um país com uma imensa dívida social e educacional, a força do Estado é usada para destruir uma escola de acampamento, ao invés de proteger e contribuir com aqueles que ele historicamente relega.

          Entendemos que sem a atuação do MST em seus mais de 20 anos de existência, a reforma agrária no Brasil estaria ainda mais atrasada do que hoje e que o que se conquistou até aqui foi graças à legítima pressão da população organizada por movimentos como o MST.

          Como coletivo que luta pela democratização da comunicação, sabemos que a mais nefasta repressão começa por sufocar as idéias, que os mais nefastos conservadores tentam abolir até as possibilidades de idealização daqueles que querem mudanças sociais. A partir daí utilizam toda força do aparato repressivo para impor o silêncio. Por isso, nos esforçamos para alertar a sociedade brasileira sobre esta forte ofensiva conservadora e manifestamos o nosso total apoio e solidariedade ao MST.

          Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social.

          Socialistas têm 82 emendas aprovadas na LDO

          Brasília - A relatora do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2009, senadora Serys Slhessarenko (PT/MT), acatou 82 emendas apresentadas pelos deputados do PSB. As emendas ajustam ações previstas para diversas áreas que deverão ser implementadas no orçamento do próximo ano.
          A implantação e a modernização da infra-estrutura para o esporte recreativo e de lazer é uma das metas de emenda aprovada do líder do PSB, deputado Márcio França (SP). Conforme o autor, a criação de espaços para a prática de esporte também ajudará em questões socioeducativas, como a redução da deliqüência juvenil.
          Outra emenda, do deputado Rodrigo Rollemberg (DF), destina recursos para pesquisas, desenvolvimento e inovação em energias do futuro. Segundo ele, o investimento em um novo modelo de gestão nesse setor é fundamental, pois o país corre o risco de sofrer uma crise e um possível racionamento de energia.
          Já o deputado Beto Albuquerque (RS) garantiu emenda para ampliar a infra-estrutura das instituições federais de ensino superior. O objetivo é aumentar as vagas do ensino superior público, criando novas unidades, como a Universidade Federal do Norte do Rio Grande do Sul (Uninorte).
          A deputada Janete Capiberibe (AP) teve uma emenda de apoio ao Programa Brasil sem Homofobia, do governo federal, que visa promover a cidadania de gays, lésbicas, travestis, transgêneros e bissexuais.
          Mudanças - Uma alteração na LDO de 2009 foi a execução mensal de 1/12 do Orçamento de 2009, caso o projeto do orçamento não seja aprovado pelo Congresso até dezembro. O texto original do governo permitia a liberação de até 3/12 do orçamento. O deputado Manoel Júnior (PB) foi um dos autores dessa medida que reduz a possibilidade de o Executivo liberar recursos não aprovados na lei.
          O relatório de Slhessarenko também aumentou o valor do anexo de metas e prioridades em relação à proposta Poder Executivo. Agora, em vez de R$ 16,7 bilhões, o valor geral previsto para todas as emendas dos deputados e senadores será R$ 21 bilhões. Foram selecionadas apenas as emendas relacionadas a ações englobadas no Plano Plurianual (PPA) 2006-2010. O PPA estabelece, de forma regionalizada, os objetivos e as metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
          Votação - O presidente da comissão de orçamento, deputado Mendes Ribeiro Filho (PMDB/RS), marcou a votação do projeto para 2 de julho. O prazo final para a votação na comissão é dia 6. O plenário deve votar a LDO até o dia 17 de julho.Dinêz Costa/Repórter

          Gonzaga Patriota é o candidato do PSB à prefeitura de Petrolina

          A convenção do Partido Socialista Brasileiro foi realizada no último domingo (22), em Petrolina, e o parlamentar derrotou, por 19 votos de diferença, o atual prefeito Odacy Amorim, que tentava reeleição. Gonzaga espera agora o apoio do companheiro de partido.

          O resultado só foi conhecido com a abertura da última urna, depois das 19h30. Em entrevista ao jornal Folha de Pernambuco, o deputado declarou que espera o comprometimento do prefeito para apoiá-lo, já que ambos decidiram e ficou documentado que quem perdesse apoiaria o vencedor. “Até porque foi uma decisão de partido. Vamos ter agora um mês para iniciar os entendimentos com as outras legendas que formarão a maior frente que Petrolina já teve em toda a sua história de eleições municipais”, destacou.

          Gonzaga trabalhará para conseguir a adesão de outras forças políticas da região. Como o candidato do PDT, sargento Quirino, que poderá desistir da candidatura para apoiar o socialista. Caso isso ocorra, a disputa polarizará com o candidato do PMDB, Júlio Lóssio.Letícia Alcântara/ Repórter

          Porto das Letras – Programação Junho/2008


          A Fundação de Cultura oferece mais um espaço literário na cidade do Recife, o Porto das Letras, na sede da Gerência Operacional de Literatura e Editoração, localizada na Av. Rio Branco, nº 76 A, no Bairro do Recife.

          Além de manter as atribuições da Gerência, a casa funciona como um local disponível à convivência entre escritores, poetas e público leitor.

          Neste mês de junho, o Porto das Letras, prosseguindo as suas atividades, realizará no dia 26, às 17h, o seu café literário convidando o poeta Delmo Montenegro, a falar sobre As Guerras Invisíveis: o que está acontecendo nos bastidores da Novíssima Poesia Brasileira.

          Serviço: Roda de conversa com Delmo Montenegro

          Local: Av. Rio Branco, 76 A

          Bairro do Recife

          Quinta, 26 de junho de 2008 17 horas

          quarta-feira, 25 de junho de 2008

          CCLF promove diálogos entre a mídia e os movimentos sociais


          Com a proposta de contribuir com o diálogo entre jornalistas e movimentos sociais, o Centro de Cultura Luiz Freire (http://www.cclf.org.br/) lança o ciclo de debates Rodas de Diálogo – Mídia e Movimentos Sociais, como atividade complementar do projeto OmbudsPE (http://www.ombudspe.org.br/) que comemora quatro anos de atuação neste mês de junho. A entidade irá promover mensalmente debates sobre a cobertura da imprensa pernambucana, que contará com a participação de jornalistas que atuam na mídia e representantes de movimentos sociais. A cada mês, o debate terá uma temática diferente. A iniciativa conta com apoio da Fundação Ford.
          A primeira Roda de Diálogo acontece no dia 27 de junho, a partir das 18h, na sede da instituição em Olinda, e irá abordar a cobertura sobre os povos indígenas em Pernambuco. Já estão confirmadas as presenças da jornalista Cleide Alves, do Jornal do Commercio (JC), e do Cacique Marcos Xukuru.
          Cleide Alves é repórter da editoria de Cidades, do JC. A jornalista foi uma das responsáveis, junto à Verônica Almeida e Hélia Scheppa, pela reportagem especial Povos Indígenas de Pernambuco, publicada em abril pelo jornal. Marcos Luidson de Araújo é líder do Povo Xukuru, que ocupa uma área de 27.555 hectares no município de Pesqueira, Agreste do Estado. Marcos assumiu o cacicado em 2000, aos 21 anos de idade, depois que o seu pai, Cacique Xicão, foi assassinado. Assim como ele, Marcos Xukuru se destaca como articulador dos povos indígenas, representando várias nações na Comissão Nacional de Políticas Indiginista.
          O objetivo das Rodas de Diálogo é aproximar os sujeitos envolvidos (mídia e movimentos sociais) e as suas diversas realidades, e conseqüentemente promover os direitos humanos na opinião pública. No próximo mês, o debate será sobre a mulher na mídia. O CCLF está aberto para sugestões de temas através do email comunicacao@cclf.org.br.
          O projeto do CCLF, OmbudsPE (http://www.ombudspe.org.br/), é desenvolvido desde junho de 2004. Através de blog na Internet, o CCLF publica análises sobre a imprensa pernambucana, provocando discussões sobre a abordagem dos direitos humanos nos jornais pernambucanos, política de comunicação nacional e a sua relação com a realidade local.
          A metodologia de trabalho é a análise de conteúdo comparativa, amparada nas convenções de direitos humanos. A proposta do OmbudsPE é ser um fórum democrático de discussão aberto para comentários e
          opiniões, que visa contribuir com o tratamento dado aos direitos humanos pelos veículos de comunicação do Estado. Durante um ano, o OmbudsPE teve espaço também na TV através de bloco semanal do programa Sopa Diário, da TVU, na época produzido pela produtora do CCLF - TV Viva - em parceria com a Remo Produções.
          Serviço
          Rodas de Diálogos – Mídia e Movimentos Sociais
          Tema: Mídia e Movimento Indígena
          Data: 27 de junho, às 18h
          Local: CCLF – Rua 27 de janeiro, 181, Carmo, Olinda. (próximo à sede da Pitombeira).
          Entrada gratuita: Não é necessário fazer inscrição.
          Informações: 3301-5241 / rosario@cclf.org.br
          Contatos para entrevista
          Rosário de Pompéia: 81 9959-1357
          Ivan Moraes Filho: 81 91734253
          Assessoria de Comunicação do CCLF
          Flora Noberto: 81 3301-5217 / 9282-5443 / flora@cclf.org.br

          56º CONEG: estudantes aprovam novo projeto de Reforma Universitária da UNE



          Durante a plenária final do encontro, jovens de todo o País votaram também a plataforma eleitoral da entidade, doze moções, a convocação para a Jornada de Lutas pela Educação de agosto e para o Fórum Social Mundial, a resolução sobre o REUNI e a carta de Brasília, documento que resume o que foi discutido durantes os três dias de CONEG
          A 56ª edição do Conselho Nacional de Entidades Gerais da UNE (CONEG) reuniu cerca de trezentas lideranças estudantis na Universidade de Brasília, com o objetivo de definir as linhas de atuação da UNE para o próximo período.
          Depois de três dias de intensa troca de idéias, o domingo foi reservado a plenária final, momento em que todos se reuniram para votar propostas, resoluções e moções sobre o que foi discutido durante o encontro.
          Os estudantes aprovaram o novo projeto de Reforma Universitária da UNE. Um trecho do documento, redigido "a trezentas mãos", afirma que "é preciso criar marcos regulatórios e políticas de Estado que sempre reivindicamos colocando assim, a universidade brasileira a serviço de sua missão enquanto elemento estruturante de projeto de desenvolvimento econômico-social soberano através da produção científica e tecnológica e elemento gerador de uma sociedade mais justa".
          O novo projeto pontua dez eixos fundamentais para a consolidação de uma universidade que atenda as demandas dos estudantes e para o desenvolvimento do País como a autonomia universitária, que inclui entre outros pontos, a indissociabilidade entre ensino-pesquisa-extensão; financimanto com 10% do PIB para educação e o fim da DRU; democracia, com eleição direta para reitor nas universidades com eleição paritária e pelo fim da lista tríplice; acesso, pela implementação imediata do PL 73/99 que garante Reserva de Vagas para estudantes de escola pública, e cotas e assistência estudantil que contemple alimentação, transporte e moradia estudantil.
          A regulamentação do Ensino Privado, contra a mercantilização e desnacionalização da educação; a reestruturação acadêmica e curricular, rompendo com a antiga fórmula da unilateralidade na relação professor-aluno; ensino profissional e tecnológico, que vise a criação bolsas de pesquisa e extensão para ensino tecnológico e cefets; pesquisa, pela ampliação e aperfeiçoamento do sistema de pós-graduação e extensão que garanta carga horária mínima de atividades de extensão nas grades curriculares dos cursos de graduação completam a lista.
          Convocatórias O 56º CONEG também convocou os participantes a mobilizarem jovens em seus estados para a Jornada de Lutas em defesa da Educação que acontecerá em agosto. A UNE lançou neste CONEG a campanha "UNE em sala de aula", que norteará as atividades da Jornada de Lutas.
          A campanha consiste em um abaixo-assinado que contemple os seguintes pontos: fim da DRU e a destinação de 10% do PIB para a educação, contra a desnacionalização da educação, mais democracia nas universidades com paridade nas eleições, contra o aumento abusivo de mensalidades; livre organização estudantil nas universidades; regulamentação do ensino privado, fim das Fundações privadas nas Universidades Públicas e a democratização da Universidade: mais vagas nas Universidades Federais; aprovação do PL de reserva de vagas; mais verbas para a assistência estudantil.
          Esta edição do encontro também convocou estudantes para participarem do Fórum Social Mundial que ocorrerá entre os dias 27 de janeiro a 1 de fevereiro em Belém (PA) e para aderirem a campanha "A Amazônia é do Brasil – Preservar sem entregar", no sentido de denunciar a ação dos países ricos que escondem no discurso de preservação do meio ambiente o interesse econômico na Floresta que abriga a maior biodiversidade do mundo, constantemente explorada.
          Resoluções Entre as resoluções aprovadas está a que definiu a data e local do próximo Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) da UNE: 18 a 20 de janeiro de 2009, em Salvador, na Bahia.
          O incentivo a participação política da juventude também está em as resoluções aprovadas neste CONEG. "O voto é a manifestação de uma opinião, é o manifesto de concordância com um projeto, com propostas e idéias. Nas próximas eleições, convocamos a juventude a participar ativamente, com propostas e mobilização, entendendo que os rumos do país estarão em disputa", pontua um trecho do documento.
          Outra explica a posição da UNE em relação ao Programa de Apoio ao Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). "É um passo importante para o desenvolvimento e a democratização do acesso à universidade pública no Brasil, mas apesar desse avanço, precisamos entender que o REUNI é um programa de governo, e não atende a demanda da população brasileira de políticas de Estado, que ampliem cada vez mais o acesso com investimentos constantes e crescentes na instituição universidade pública".
          Moções Também foram aprovadas moções em relação a diversos temas alinhados a realidade atual. São elas: apoio a auto suficiência de petróleo ("O Petróleo é Nosso!"), apoio aos estudantes chilenos que repudiam a Lei Geral de Educação, a luta dos estudantes de Fonoaudiologia, que reivindicam nenhum corte de verbas para a educação e saúde, à luta dos estudantes da Educação Física que dizem não à fragmentação da formação, ao movimento de estudantes que pedem o "Fora Yeda" no Rio Grande do Sul, apoio aos estudantes da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL) e pela qualidade de ensino na Unemat Alto Araguaia.
          As moções de repúdio se referem ao empréstimo do BNDES aos grandes tubarões de ensino, ao sucateamento dos cursos de licenciatura, principalmente a ação empregada pela reitoria da Unichapecó, à prefeitura de Montes Claros (MG) que usou de força policial contra os estudantes, às repressões contra os líderes estudantis e a moção que reivindica o fim do Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (PROER) para as universidades privadas.
          Carta de Brasília O documento resume o que foi discutido nos três dias de CONEG. "Debatemos exaustivamente nossas pautas, atualizamos opinião política e unificamos o calendário de nossas próximas batalhas", resume um trecho da carta.

          Leia aqui a documetação aprovada no 56º CONEG da UNE







          Resolução sobre o REUNI
          Moções de apoio:













          Do site da UNE

          NOTA PÚBLICA SOBRE A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO MORRO DA PROVIDÊNCIA

          O CONSELHO NACIONAL DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E O CONSELHO NACIONAL DE JUVENTUDE vêm a público manifestar sua indignação frente ao episódio de horror envolvendo a prisão, tortura, mutilação e execução de três jovens moradores do Morro da Providência, no Rio de Janeiro, que estavam sob a responsabilidade do Exército brasileiro, ao mesmo tempo em que expressam sua profunda solidariedade aos familiares das vítimas e a toda a comunidade agredida.
          Considerando os marcos legais existentes, o Estatuto da Criança e do Adolescente e as diretrizes, indicadas pelo Conselho Nacional de Juventude, para as Políticas de Juventude e, também, o esforço da sociedade e do Poder Público para garantir direitos e oportunidades aos jovens, essa intolerável violação dos direitos humanos exige uma atitude firme e responsável por parte do Estado brasileiro. Exige, principalmente, a imediata responsabilização das pessoas e instituições envolvidas, para que a impunidade não prevaleça mais uma vez.
          É a impunidade que tem alimentado os alarmantes e inaceitáveis índices de assassinatos de jovens rapazes negros, configurando uma situação que pode ser caracterizada como de extermínio desses jovens, cuja superação foi apontada como prioridade absoluta na 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude.
          Na perspectiva de reafirmar nossas convicções, aguardamos, atentamente, a responsabilização de todos os envolvidos, sendo que acompanharemos os trabalhos e encaminhamentos da Comissão Especial constituída no âmbito do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana - CDDPH e as medidas adotadas com o objetivo de impedir a repetição dessa intolerável situação de violação dos Direitos Humanos.
          Fazemos um chamado às organizações, instituições e movimentos que atuam em Políticas Públicas por justiça e igualdade na sociedade brasileira para que incluam em suas pautas a luta pelo fim desse extermínio, denunciando-o e exigindo a apuração das responsabilidades em cada caso registrado, a fim de que se construa uma sociedade onde as juventudes tenham voz, vez, direitos e oportunidades iguais.
          Brasília, 17 de junho de 2008.

          Pré-selecionados para o Prouni devem confirmar inscrição até 4 de julho


          Repórter da Agência Brasil


          Brasília - Os selecionados em primeira chamada para receber uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni) já podem comparecer à instituição de ensino para a qual foram designados para comprovar os dados informados na inscrição. Nessa primeira etapa, mais de 72 mil bolsas foram concedidas.

          O prazo para a entrega de documentos nas faculdades segue até o dia 4 de julho. Após esse período, o estudante que não comparecer à instituição perde o benefício automaticamente. A lista dos pré-selecionados está disponível no site do Ministério da Educação (MEC) desde a semana passada.

          A segunda chamada para as vagas que não forem preenchidas será divulgada no dia 14 de julho. Mais uma chance será oferecida no dia 24 de julho, quando o MEC divulga a relação dos pré-selecionados em terceira chamada

          ProJovem abre hoje inscrições


          Prefeitura do Recife convoca jovens entre 18 e 29 anos para fazer parte do programa, que oferece bolsa mensal de R$ 100. Há 5.600 vagas disponíveis


          Jovens que não concluíram o ensino fundamental (1ª a 8ª série), entre 18 e 29 anos, podem se inscrever gratuitamente, a partir de hoje, no programa Projovem Urbano. As matrículas, que vão até o dia 31 de julho, deveriam ter sido iniciadas na última sexta-feira, mas foram adiadas por causa da paralisação de 24 horas dos motoristas de ônibus do Grande Recife. As aulas começam em agosto e os cursos têm duração de 18 meses.

          O programa de qualificação, parceria entre os governos federal e municipal, vai disponibilizar 5.600 vagas. Os interessados devem se dirigir aos postos de inscrição com carteira de identidade, comprovante de residência, original e cópia, e declaração de escolaridade. O aluno que não concluiu a 4ª série e não tem documento de escolaridade, deverá procurar no local o coordenador de matrícula para comprovar a aptidão mínima exigida – saber ler e escrever.

          As aulas ocorrerão à noite, de segunda à sexta-feira, das 18h às 22h, em 33 escolas da rede municipal. Cada participante ganhará uma bolsa mensal de R$ 100. O benefício será pago durante 20 meses, dois meses a mais que o tempo do programa. Em contrapartida, para ganhá-la todos os meses, o estudante terá que freqüentar no mínimo 75% das aulas e realizar 75% das atividades propostas.

          Além das aulas do ensino fundamental, os jovens escolherão uma das cinco áreas para se profissionalizar: telemática, alimentação, esportes e lazer, saúde e serviços pessoais. As avaliações serão realizadas pela coordenação do programa e pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

          Os 13 locais de inscrição são as escolas municipais do Coque (Ilha Joana Bezerra), Almirante Soares Dutra (Cabanga), Paulo VI (Linha do Tiro), Nadir Colaço (Macaxeira), Escola Municipal da Guabiraba (Brejo da Guabiraba), Centro Público de Casa Amarela (Casa Amarela), Unidade de Tecnologia na Educação e Cidadania (Utec) Gregório Bezerra (Várzea), Utec Ibura, Escola Antônio de Brito Alves (San Martin), Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Imbiribeira), Sistema Público de Emprego e Renda (Bairro do Recife) e nos ônibus itinerantes próximos ao Conjunto Habitacional Casarão do Cordeiro e à Escola Sede da Sabedoria, em Santo Amaro. Mais informações pelo número 0800-7227777.

          A hora de uma reforma verdadeira do mercado

          Hoje, a maioria dos países latino-americanos está rejeitando a fórmula dos EUA, em prol dos modelos europeu e chinês. Há alguns anos, as economias de Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura prosperaram no modelo asiático de mercado, dirigido e regulado pelo governo. A análise é de Hazel Henderson.

          Hazel Henderson*

          O mantra de economistas, banqueiros centrais, Banco Mundial, FMI e outros consultores para países em desenvolvimento clama, acima de tudo, por uma reforma no mercado. Desembrulhando o jargão, isso significa que eles querem desregulamentação, comércio livre, privatização, moedas conversíveis, crescimento via débito e exportação e mercados de trabalho flexíveis – resumido como o "Consenso de Washington".

          Hoje, a reivindicação está se transformando em demanda por reformas do mercado e do capitalismo, bem como do estreito "scorecard" econômico de progresso, o Produto Interno Bruto (PIB). Stravos Dimas, Comissário Europeu do Meio Ambiente liderará a conferência Além do PIB, prevista para novembro de 2008 no Parlamento Europeu (www.beyond-gdp.eu).

          Hoje em dia, a receita do tipo "tamanho único" para o crescimento econômico, medido pelo PIB, está sendo questionada em outros terrenos, além do social e ambiental. A razão é que a visão geral ofercida por esse modelo é falha. A cúpula do G-8 na Alemanha e os CEOs corporativos em Davos preocupam-se com o caos do clima global e o grupo US-CAP, relacionado a eles, exigem limites mandatários para a própria emissão de carbono. Com o fracasso dos diálogos comerciais na OMC, a crescente lacuna entre ricos e pobres, os efeitos da globalização, a diminuição de postos de trabalho manual e, cada vez mais, de trabalho administrativo, a procura por almas conscientes continua. Não há como assegurar ao cidadão mediano que qualquer novo pensamento derivado dessas políticas esteja no horizonte.

          Os europeus estão liderando o novo debate e já dão preferência à economia de mercado social mista. A China modificou o modelo do Consenso de Washington, criando sua própria economia social, onde os mercados são vistos como "bons servidores, mas mestres ruins". Hoje, a maioria dos países latino-americanos está rejeitando a fórmula dos EUA, em prol dos modelos europeu e chinês. Há alguns anos, as economias de Taiwan, Coréia do Sul e Cingapura prosperaram no modelo asiático de mercado, dirigido e regulado pelo governo.

          Administradores de fundos de pensão socialmente responsáveis e gerentes de fundos mútuos lançaram o Princípios de Investimento Responsável da ONU, representando mais de US$ 8 trilhões em ativos. O "Carbon Disclosure Project", representando US$31 trilhões em mãos de gerentes de ativos globais, demanda a divulgação das emissões de carbono. Esses agentes financeiros estão dando um novo significado para a reforma de mercado. (veja em www.EthicalMarkets.com). Eles exigem que as companhias que fazem parte do seu portfolio tenham também como foco tornar os mercados mais éticos. Aplicam o novo protocolo de prestação de contas do triple bottom line, que vai além do tradicional "single bottom line" que visa lucro, bem como melhora a governança, o desempenho social e ambiental. Isso não surpreende tanto, já que atualmente o mau comportamento das empresas está vinculado com novos riscos para o preço de suas ações no mercado: riscos de ordem social, ambiental e na reputação, mensurados por firmas de serviços financeiros como Innovest Strategic Value Advisors, Truecost e outras.

          A Era da Informação transformou-se também numa nova Era da Verdade, em que a reputação de uma empresa, de marcas preciosas e das ações pode ser destruída em tempo real, através de informações negativas vindas de grupos de supervisão, como Corpwatch.org e Global Exchange. Investidores individuais, simpáticos aos sindicatos, ambientalistas e grupos de justiça social, estimularam essa nova definição de reforma de mercado, pois eles representam US$ 2.3 trilhões em ativos, isso só nos EUA. Até mesmo o Comitê do Nobel concedeu o Prêmio da Paz a um banqueiro dos pobres, Mohammed Yunus.

          Tais reformas incluem uma gestão corporativa mais ética, transparente e prestadora de contas, repleta de aberturas, com marketing e propaganda responsáveis, produtos corretos do ponto de vista ambiental, cortes de salários exorbitantes e opções de ações de executivos, imposição de limites à influência exercida por meio de lobby ou política, práticas trabalhistas injustas, poluição ambiental e desperdício de recursos.

          A ética é a grande história dos governos e dos mercados, bem como da aliança não muito ortodoxa entre os dois. A recente onda de crimes corporativos nos EUA ajudou a eleger o governador de Nova York, Eliot Spitzer. O Senado dos EUA aprovou um pacote de medidas éticas, limitando a prática de lobby, apropriação indevida e favorecimento, como resposta ao clamor público contra a corrupção. Os políticos fariam melhor se simplesmente se comprometessem, quando candidatos, a nunca trabalhar como lobistas.

          Mesmo as fundações não estão mais imunes, uma vez que investidores socialmente responsáveis exigem que elas examinem os portfolios de ações que estão por trás das suas doações. As regras esquizofrênicas que ainda permitem que exista uma "Muralha da China" entre as decisões de investimento e de assistência são eticamente cegas. A Fundação "Bill e Melinda Gates" é apenas a mais recente a ser questionada. Ela é eticamente confusa e até mesmo incoerente, como fundação. Na área da saúde, ela possui um portfolio que inclui ações de companhias de fumo, álcool, alimentos não-saudáveis e refrigerantes com alto teor de açúcar. O novo padrão preconiza que as missões sociais de uma fundação sejam complementadas pelo gerenciamento de um portfolio limpo.

          O debate sobre ética está crescendo nos mercados globais e na elaboração de políticas, enquanto os EUA reavaliam a moralidade de uma guerra preventiva no Iraque e seus trágicos custos humanos. A proliferação nuclear, que foi além do "clube" EUA, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Israel, incluindo agora Índia, Paquistão e provavelmente outros países, está pressionando o Tratado de Proliferação Nuclear, que prega que todos os países abram mão dessas armas.

          A exigência por reformas alcança agora os mercados e o próprio capitalismo. Será que Adam Smith ficaria surpreso? Provavelmente não, já que ele prezava muito o dinamismo capitalista. Posteriormente, Schumpeter percebeu a evolução dos mercados como "destruição criativa", como é vista hoje a tecnologia "perturbadora" de energia mais limpa e mais verde, bem como o uso sustentável de recursos, hoje desafiando o carvão, o petróleo e a energia nuclear. Os novos valores e a inquietação com a ética, ao guiarem a evolução do capitalismo, refletem os novos imperativos do século 21 neste nosso pequeno e ameaçado planeta. A famosa "mão invisível" de Smith tornou-se agora a nossa própria mão...e não alguma força metafísica. Guiados por nossa crescente consciência humana do trabalho que fazemos neste planeta e do nosso potencial para o desenvolvimento futuro, todos os interesses de longo prazo e pessoais se tornam indivisíveis. A ética e a moralidade estão se tornando o novo pragmatismo.

          * Hazel Henderson é escritora independente, criadora da série para TV Ethical Markets e dos Indicadores Calvert-Henderson de Qualidade de Vida, com o grupo Calvet-Henderson. É autora de 9 livros, incluindo Ethical Markets: Growing de Green Economy (2007).

          Tradução: Beatriz Jordão (Mercado Ético)

          terça-feira, 24 de junho de 2008

          INCLUSÃO ÉTNICA E RACIAL NO BRASIL



          A questão das cotas no ensino superior

          Por Thiago Ladislau

          O texto de José Jorge de Carvalho – Inclusão Étnica e Racial no Brasil, que trata da questão das cotas no Ensino Superior, mostra o grau de racismo existente no Brasil. Com foco na participação dos negros, que inclui pretos e pardos, alguns dados vergonhosos são expostos neste trabalho.
          A situação dos negros nas Universidades é tão absurda que o debate sobre a presença dos negros no ensino superior começou apenas em 1999, na Universidade de Brasília e só começou a ser disseminada a partir de 2001 na III Conferencia Mundial contra o racismo, realizada na África do Sul. Ainda assim pouco mais de uma dúzia de Universidades Estaduais e Federais implementam alguma modalidade de cotas para negros ou indígenas na graduação.
          O racismo brasileiro é tão crônico, abrangente e consistente que se reproduz em todas as áreas da vida social e também no interior da instituição Universitária. Os negros e os índios estão excluídos de todos os postos importantes da nação especialmente porque não é possível alcançar postos importantes do controle e poder do Estado, de produção de riqueza sem ter acesso ao ensino superior. Daí só lhe resta o esporte, as artes performáticas e alguns nichos da indústria cultural, e para o índio menos ainda.
          No Brasil os estudantes universitários passaram de um contingente de pouco mais de 50 mil no inicio da década de 60 para chegar atualmente a mais de 1 milhão de matriculados, porem o numero de estudantes brancos nas carreiras de alto prestigio das universidades mais importantes chega a 96% e em alguns casos a 98%. Esta é a mesma porcentagem que existia no ano de 1950: 4% de negros entre os estudantes. Já entre os professores é ainda pior: mais de 99% dos professores das Universidades públicas de presença nacional são brancos, em um pais que os negros representam 47% da população brasileira. Em relação aos índios, até 8 anos atrás, sua exclusão era absoluta.
          Diante desse quadro de racismo tão evidente, ou somos coniventes com a sua reprodução, ou nos engajamos em alguma atividade dirigida a combatê-lo.(p.13).
          É certo que propor cotas para negros na Universidade não anula a luta pelo ensino básico público, gratuito e de boa qualidade, e com aumento de vagas. Ou seja, a questão não é parar de investir no ensino básico e focar-se apenas no Ensino Superior. Mas é totalmente sem nexo que a luta pelo ensino básico anula a luta pela ascensão do negro nas universidades por medida emergencial, no caso, pelas cotas.
          Deve-se ter a noção que o Brasil tem uma divida histórica para com os negros, tanto pela sua exploração e escravização no período colonial, como pelo descaso com os mesmos no fim da escravidão em 1888, ficando assim os negros sem qualquer tipo de política governamental, até os dias atuais; no momento em que os negros poderiam ser absorvidos para a sociedade brasileira, as elites preferiram investir na imigração de europeus e em menor escala asiáticos talvez até mais desqualificados que os negros brasileiros, e tendo esses imigrantes ascensão mais fácil na vida social na vida social, que os negros em todos esses anos de vivencia na terra tupiniquim.
          Enfim, numa análise quantitativa dos dados obtidos sobre a situação do negro nas universidades do Brasil, é possível se tirar conclusões qualitativas a respeito do racismo existente não só nas instituições de ensino superior mas também na sociedade brasileira como um todo. Para se ter uma idéia, e se for feita uma reflexão sobre o tema, chegamos a conclusão de que o Brasil no ritmo que se encontra, levará um pouco mais de meio século para seus negros alcançarem a escolaridade que tinha os negros sul-africanos no ano em que terminou o apartheid.

          Bibliografia: Inclusão Etnica e Racial no Brasil - José Jorge de Carvalho

          “EXÉRCITO ASSASSINO” - “O HAITI É AQUI”



          Exército brasileiro nas favelas do Rio. Resultado: MILITARES DO EXÉRCITO ENTREGARAM 3 JOVENS PARA SEREM EXECUTADOS POR TRAFICANTES! Comunidade se revolta e exige retirada das tropas!

          Por: Flávio Almeida


          Moradores do Morro da Providência (Centro do Rio) e trabalhadores das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) revoltados com a morte de três jovens, penduraram uma faixa branca com a inscrição "Exército Assassino" e outra preta com a inscrição "Justiça! Voltamos à ditadura?" na fachada do Hospital dos Servidores do Estado nas proximidades da comunidade. O protesto seguiu na segunda-feira (16/06) pelo segundo dia consecutivo contra a morte de três jovens que teriam sido seqüestrados e “vendidos” por soldados do Exército para traficantes de uma facção criminosa no Catumbi, no sábado.

          No Domingo (15/06) houve confronto entre moradores e soldados do Exército. Os momentos de maior tensão aconteceram à tarde, no Largo de Santo Cristo. Cerca de 150 manifestantes tentaram invadir o quartel, mas foram impedidos pela tropa de choque do Exército. Eles jogaram garrafas plásticas nos militares, que revidaram com bombas de efeito moral. “Queremos os soldados assassinos fora da comunidade”, gritavam. Assustados, motoristas voltaram pela contramão. A PM cercou o local, na tentativa de dissipar o tumulto que durou mais de uma hora.

          Na manhã desta Segunda, cerca de 50 trabalhadores do PAC na comunidade fizeram uma manifestação em frente ao Palácio Duque de Caxias, no Centro, onde funciona o Comando Militar do Leste (CML), contra a presença da ocupação do Exército na Providência. Eles garantem que não voltam ao trabalho enquanto o Exército não deixar o local.

          Fatos e relatos da ação assassina do Exército

          Morro da Providência (Centro do Rio), manhã de sábado 14/06. Três jovens voltando de um baile funk foram abordados por soldados do exército que faziam a ocupação da favela onde, desde dezembro de 2007, são encarregados da segurança das obras do PAC, projetos para reformar fachadas e telhados de casas da favela. Os militares suspeitaram dos jovens. Na revista um deles reagiu e os três foram agredidos pelos soldados. O Comando Militar do Leste (CML) confirmou que os jovens foram abordados por uma patrulha de militares do Grupamento de Unidades-Escolas da 9ª Brigada de Infantaria Motorizada, numa praça no alto do morro, e detidos por “desacato” na manhã de Sábado, por volta das 8h. Os três foram levados ao capitão da tropa no quartel do Exército em Santo Cristo, foram ouvidos e liberados, pouco depois do meio-dia, segundo o Exército.

          Segundo o JB Online de 16/06, o capitão achou irrelevante a prisão por “desacato” e não quis autuar os jovens. E pediu para liberá-los, mas um tenente do Espírito Santo, que está há pouco tempo no Rio, teria deixado os jovens no Morro da Mineira para que eles "aprendessem uma lição". O prefeito Cesar Maia, em seu ex-blog publicado na internet, nesta Segunda-Feira, disse que se militares do exército realmente entregaram os três jovens do morro da Providência a traficantes de uma favela rival, sabiam que eles seriam mortos: “O tráfico de drogas no morro da Providencia é controlado pelo CV (Comando Vermelho), e o tráfico da Mineira é controlado pela ADA (Amigos dos Amigos). Entregar na Mineira, jovens, especialmente insinuando que estavam no tráfico da Providência é saber que serão assassinados. Se confirmado, quem fez esse 'serviço' sabia exatamente o que estava fazendo”. Para os trabalhadores que protestam indignados, a história tem uma versão semelhante. Um morador da área da Mineira, localizado pelo O GLOBO, confirmou que militares do Exército teriam entregado, no Sábado, os três jovens a traficantes de um grupo rival numa favela vizinha. Segundo essa testemunha, cerca de dez soldados fardados e armados com fuzis chegaram com os rapazes a um dos acessos da favela da Mineira, num caminhão do Exército. Logo em seguida, os soldados teriam dado ordens para os três descerem do veículo. Pelo menos seis militares acompanharam calmamente os jovens até um grupo de traficantes, que já aguardava numa das entradas da favela numa boca-de-fumo.

          Os militares estavam entregando os jovens aos traficantes. Os corpos de Wellington Gonzaga Costa, de 19 anos, Marcos Paulo da Silva Correia, de 17, e David Wilson Florêncio da Silva, de 24, mutilados e com marcas de tortura, foram encontrados por catadores no Lixão de Gramacho em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

          A mãe de Wellington desmaiou ao receber a notícia: "Me avisaram que o meu filho foi preso. Encontrei ele no Quartel de Santo Cristo, sentado ao sol. Queria esperar, mas me mandaram ir para a delegacia para onde ele deveria ter sido levado. Após a demora, liguei para o celular dele. Depois de várias tentativas, um homem atendeu e disse que os soldados venderam o meu filho e os amigos para traficantes da Mineira. Nenhum deles tinha envolvimento com o crime. O que fizeram com eles não se faz nem com um cachorro", disse a dona de casa, Liliam Gonzaga da Costa, de 43 anos, que foi reconhecer o corpo do filho Wellington no IML de Duque de Caxias. “Militares confessam que deixaram jovens no Morro da Mineira como castigo”

          Os 11 militares do Exército (1 tenente, 4 sargentos e 6 soldados) que levaram a cabo essa "missão" serão acusados de triplo homicídio. Eles estão presos no 1º Batalhão da Polícia do Exército, na Tijuca (zona norte). O CML determinou a instauração de um inquérito policial militar para avaliar a conduta dos soldados. Contra eles há um mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio. Três já prestaram depoimento na 4ª DP, delegacia que investiga o caso. Os traficantes também estão sendo procurados pelos investigadores. Eles irão responder pelos mesmos crimes dos militares: triplo homicídio.

          Por que a presença do Exército no Rio?

          A presença de soldados do Exército no Morro da Providência foi justificada como uma forma de dar segurança aos trabalhadores do projeto Cimento Social, fruto de emenda do senador Marcelo Crivella (PRB), pré-candidato a prefeito do Rio. Crivella é do mesmo partido do vice-presidente José Alencar, que já ocupou o cargo de Ministro da Defesa no primeiro governo do presidente Lula. O projeto consiste na reforma de 780 casas e recebeu R$ 12 milhões do Ministério das Cidades. Agora, os mesmos trabalhadores que estariam recebendo “segurança” do Exército fazem greve contra a presença dos soldados do Exército no morro. “Não temos mais confiança neles”, disse um manifestante.

          Fica evidente o caráter eleitoreiro desta medida. E isso é resultado da coalizão do Governo Lula com partidos capitalistas, como o PRB.

          O HAITI É AQUI

          Não ficaríamos surpresos se alguém nos dissesse que é isso que o Exército Brasileiro tem aprendido no Haiti. Ainda mais depois de algumas semanas atrás quando tomamos conhecimento que as tropas da ONU lideradas pelo Brasil utilizaram 22 mil cargas de munição em 7 horas de repressão às manifestações do povo haitiano contra o alto preço dos alimentos. Lá eles reprimem o povo pobre que protesta contra a fome, povo este que muitas vezes só tem as bolachas de barro (com óleo e açúcar) para comer. Aqui eles organizam os nojentos atos policiais de criminalização da pobreza. Não queremos isso! Fora as tropas do Exército do Haiti e dos morros do Rio.

          SOMOS A FAVOR DE OCUPAR AS FAVELAS COM EMPREGOS, ESCOLAS E HOSPITAIS

          Mas não pelas forças policiais. Somos a favor de projetos públicos que subam a favela e coloquem escolas, hospitais, saneamento, construam casas, isto é, 10, 100, 1000 vezes mais o que o PAC está propondo fazer. É revoltante que em Copacabana há uma máquina que faça a limpeza da poeira que há nas ruas enquanto na favela o trabalhador não tem serviço de coleta de lixo, correio, posto de saúde. Mais do que nunca, a solução pra essa barbárie que vive o povo do Rio é a tomada do poder político e econômico pelos trabalhadores. Já passa da hora de nos unirmos, nos organizarmos e construirmos o socialismo! Só o povo no poder é capaz de mudar essa situação!

          (Foram utilizadas para este artigo as seguintes fontes: Último Segundo; O Globo Online; O Dia Online; Agência do Estado; Folha Online; JB Online)

          Carta da Plenária de Universidades Públicas da UNE


          As universidades públicas protagonizaram nos anos de 2007 e 2008 muitas lutas estudantis, fazendo de suas representações importantes referências para construção de um movimento estudantil vivo, autônomo e de luta. Desde 2005 a UNE não promove um espaço de articulação dos Diretórios Centrais Estudantis de públicas, dificultando que suas mobilizações fortalecessem uma resistência nacional à privatização e mercantilização do ensino superior. A construção da plenária de universidades públicas no 56º Conselho Nacional de Entidades Gerais é uma resposta a nossa insatisfação com os rumos da UNE, assim como a uma necessidade real de organização dos DCEs de públicas numa luta nacional. Dessa maneira resumimos nossas principais bandeiras em cinco pontos:
          1) Contra o Decreto do REUNI e dos IFETs, por autonomia nas universidades e expansão com qualidade: Em defesa das ocupações das universidades federais em 2007, lutamos contra a reestruturação nas universidades que está a serviço do projeto neoliberal, promovendo a flexibilização e a desregulamentação da formação profissional. Defendemos um projeto de universidades que promova a expansão de suas vagas, garantindo assistência estudantil, com 10% do PIB para a educação, uma formação curricular qualificada e uma produção de conhecimento socialmente referenciada. Somos também contra a desestruturação do ensino tecnológico promovida pelo Decreto dos IFETs, que sequer garante a regulamentação profissional e fere um projeto de ensino que nós defendemos.
          2) Pelo fim das fundações privadas e contra a regulamentação das atuais fundações: Os escândalos de corrupção denunciados na UnB são um problema de caráter nacional, pois todas as fundações servem a um projeto de privatização interna às universidades públicas. Nesse sentido, nossa bandeira é pelo fim das fundações privadas, pelo seu papel de suporte aos cursos pagos e o desmonte da educação pública. Mais do que isso, somos também contra uma regulamentação das fundações, que legitima esse modelo privatizante e não incide sobre a verdadeira luta contra o projeto neoliberal, que vem sendo implementado nas universidades hoje.
          3) Paridade já: Defendemos a democratização da universidade a partir de seus fóruns decisórios e seus pleitos. Lutamos pela derrubada da regra que credita 70% do peso eleitoral nas universidades aos docentes em suas eleições. Queremos que em todos os fóruns e todas as eleições nas instituições públicas os estudantes, técnico-administrativos e professores tenham o mesmo peso de 1/3.
          4) Contra as Fundações Estatais de Direito Privado, em defesa dos HUs: Somos contra as Fundações Estatais por restringir o controle social do SUS, abrir espaço para a venda de pesquisa e ensino dentro dos Hospitais Universitários, além de promover uma adequação do profissional de saúde, nos hospitais públicos, a lógica competitiva e individualista. Entendemos que a luta em defesa dos HUs não se restringe ao movimento de saúde, mas sim aos estudantes como um todo, pois remete a uma defesa de mais verbas públicas para a universidade como forma de reverter o quadro crônico desses hospitais.
          5) Contra a Repressão, pela Democracia nas universidades: Nossas lutas foram duramente reprimidas pela polícia e nosso direito a voz é cada vez mais restringido pelos setores conservadores das universidades, pela mídia e governos. Exigimos direito de expressão, principalmente para defender os estudantes e garantir uma universidade pública, gratuita, de qualidade, socialmente referenciada e com indissiociação entre ensino-pesquisa-extensão. Não vamos nos calar!

          Brasília, 21 de junho de 2008

          Assinam este manifesto: DCE-UFRJ, DCE-UnB, DCE-USP, DCE-UFF, DCE-UNIFESP, DCE-UFMT, DCE-UEPB, DCE-UNIMONTES, DCE-UFES, CEFET-AL, DCE-UFOP, DCE-UECE, DCE-UFRGS, CEFET-PB, DCE-UNICAMP.

          segunda-feira, 23 de junho de 2008

          Pesquisa sobre movimentos chega a resultados cotraditórios

          O jornal /O Globo/ divulgou reportagem de Soraya Aggege, no domingo(15/06), com o resultado de pesquisa de opinião sobre os movimentossociais do campo - MST, Via Campesina, MAB (Movimentos dos Atingidos porBarragens), movimentos de quilombolas e CPT (Comissão Pastoral da Terra). A pesquisa realizada pelo Ibope foi encomendada pela empresa mineradoraVale, que é alvo de protestos dos movimentos sociais, em função dosimpactos sociais negativos causados causados por sua atuação nos estadosde Minas Gerais, Pará, Maranhão e Rio de Janeiro. A pesquisa aponta que 46% são favoráveis ao MST, enquanto 50% sãodesfavoráveis. Entre as palavras que descrevem o MST, 27% é ?coragem?,24%, Reforma Agrária; 21%, organização da sociedade; e 21%, justiça e21%, igualdade social. 65% dos entrevistados manifestaram afinidade como MST, embora 31% tenham declarado não concordar com o Movimento. Aomesmo tempo, 45% dos pesquisados associam MST à violência, 61% aprejuízos à economia e 28% não concordam com seus objetivos. Mas além disso, a pesquisa mostra que 40% acreditam que os fazendeirosnão aceitam negociação com os Sem Terra e reajem às ocupações utilizandométodos próprios (com a ação de jagunços, pistoleiros e outros), semamparo judicial. Dos entrevistados pela pesquisa, 90% afirmam receber informações sobreos movimentos sociais por meio da televisão, outros 34% pelos jornais;24% por rádio; 18% pela internet; 8% por revista. "*A pesquisa demonstra apoio da sociedade e do povo brasileiro ao MST,com 46% de aprovação à nossa luta. No entanto, a pesquisa apresentaresultados contraditórios, que atestam o bombardeio de notícias ecaracterizações distorcidas dos movimentos sociais pela mídia. Logo, apesquisa serve muito mais para condenar a mídia pela cobertura limitadae parcial do que a atuação dos movimentos sociais do nosso país", afirmanota do MST.*As entrevistas com 2.100 pessoas maiores de 16 anos, em metrópoles,cidades e regiões do interior de vários estados, foram feitas entre 26de abril e 6 de maio deste ano. "A pesquisa acaba por revelar um nível elevado de afinidade efavorabilidade da população para com os movimentos sociais ainda maisrelevantes quando se consideram as circunstâncias desfavoráveis que têmpara se fazerem conhecidos", analisa o professor Carlos WalterPorto-Gonçalves, doutor em geografia pela UFRJ (Universidade Federal doRio de Janeiro) é professor da pós-graduação da UFF (UniversidadeFederal Fluminense). *A seguir, leia na íntegra a análise do professor Carlos WalterPorto-Gonçalves sobre a pesquisa:* "A pesquisa Ibope para a empresa Vale do Rio Doce deve ser entendida nocontexto político em que foi feita. A própria pesquisa faz parte daslutas sociais em que está inserida e tem o objetivo de fornecerinformações para que o setor empresarial, no caso representado pelaVale, estabeleça estratégias políticas em face do crescimento dosmovimentos sociais no país. Nesse sentido, a pesquisa parece se justificar posto que "81% dosentrevistados acham que os movimentos sociais estão se espalhando nopaís" e "69% acham que estão ganhando força" (Pesquisa Ibope/Vale). Porse tratar de uma pesquisa não sobre os movimentos sociais, mas sim sobreo conhecimento que a população tem sobre os movimentos sociais, aanálise dos seus resultados carece de uma investigação mais criteriosasobre qual a fonte de informação que os entrevistados têm sobre osmovimentos sociais. À exceção do MST, que "22% da população conhece bem e 75% conhecepouco", a opinião sobre os demais movimentos sociais pesquisados diz que"79% nunca ouviram falar da Via Campesina" e "83% nunca ouviram falar daCPT - Comissão Pastoral da Terra". Tudo indica que a fonte de informação dos entrevistados não são ospróprios movimentos sociais, mas sim os grandes meios de comunicação.Esses meios aparecem com grande destaque entre as instituições de maisconfiança entre os entrevistados: nas metrópoles, é a 2ª instituição demaior confiança (67%), perdendo para as Forças Armadas (68%) e, nointerior, só é a 1ª no interior de Minas Gerais (82%); em Imperatriz(MA) os meios de comunicação perdem para a Igreja Católica (80%), paraas Forças Armadas (78%) e para as Igrejas Evangélicas (77%) e, emCricaré (CE) perde para a Igreja Católica (84%). Sendo os meios de comunicação a maior fonte de informação dosentrevistados sobre os movimentos sociais, é interessante saber que 65%dos entrevistados tenham manifestado Afinidade com o MST e 53% com osQuilombolas, ainda que 31% tenham declarado não concordar com o MST e34% com os Quilombolas. Dentre os entrevistados 46% se declararam favoráveis ao MST e 60% aoMovimento de Atingidos por Barragens - MAB. Esses dados sãointeressantes na medida em que o conhecimento que os entrevistados têmsobre os movimentos não tem como fonte os próprios movimentos sociais. Aliás, a pesquisa acaba por revelar dados preocupantes sobre a coberturade nossa imprensa com relação aos movimentos sociais, haja vista quemesmo sobre o MST, de longe o movimento mais conhecido, 75% dosentrevistados declararam "conhecer pouco".
          Considerando-se que os movimentos sociais cumprem um papel importante de canalização dedemandas sociais não institucionalizadas, esses dados nos dizem muito docaráter extremamente oficial da cobertura da imprensa onde, quasesempre, os movimentos sociais ou são olvidados ou são apresentados demodo desqualificado e como ameaça à ordem social, muitas vezesdesrespeitando a boa norma jornalística de ouvir o outro lado. O MST tem sido o mais visado e a pesquisa capta esse imaginário quandoos entrevistados associam esse movimento à palavra Violência, a maisdestacada com 45%, à palavra Manipulação, com 24%, a Radicalismo com 20%e com Ilegalidade, também com 19%. Todavia, registre-se que osentrevistados associam o MST a palavras positivas como: Coragem 27%;Reforma Agrária 24%; Organização 21%; Justiça 21%; Igualdade Social 21%e Liderança com 21%.
          Sendo assim, a pesquisa acaba por revelar um nívelelevado de afinidade e favorabilidade da população para com osmovimentos sociais ainda mais relevantes quando se consideram ascircunstâncias desfavoráveis que têm para se fazerem conhecidos".
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