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sábado, 26 de julho de 2008

A ficha suja, o moralismo e um contrato assinado em cartório


Reportagem do Blog do Rovai

Não sei se por herança genética, mas sou obrigado a assumir que tenho um velho tio que me falou alhos e bugalhos da UDN, sempre reajo com certo asco às propostas de cunho moralista, principalmente as do moralismo elitista.

Aliás, para não dizerem que sou seletivo, lembro-me muito bem que há uns 10 anos ou mais conversava na mesa de um bar com Mouzar Benedito, que assina a coluna de humor da Fórum, e me deliciei quando ele me disse que ia se desfiliar do PT por não agüentar mais aquele discurso moralista da maioria do partido.

Nunca tinha ouvido alguém justificar sua saída de um partido por motivo tão nobre. Concordava com Mouzar. Sempre dizia em outras conversas de botequim que se mantivesse aquele discurso o PT corria no mínimo dois riscos: virar um partido de elite ou ser pego com a boca na botija e ter de sair gritando pega o ladrão.

O tempo passou e depois da crise de 2005/2006, viu-se que não estávamos errados. Fazer discurso de guardião da moral e dos bons costumes e algo basbaque, para dizer o mínimo.

Aliás, também por isso nunca me animei com Heloísa Helena. Poucas vezes ouvi um discurso tão moralizante e pouco substancioso como da ex-senadora alagoana. Todo mundo é um bando de corrupto e a rainha justa e séria é ela e os seus súditos. O seu discurso me soa assim.

Aliás, justas são, inclusive, suas convicções anti-aborto e sua visão do universo gay. Eu não me esqueço da campanha para prefeito de Alagoas e de um panfletinho que um amigo meu me enviou quando ela disputava as eleições para prefeita de Maceió. Mas prefiro por respeito à adversária não tocar neste assunto.

Moralistas, ah, claro, sempre eles.

Agora, me vêem a AMB com uma lista de candidatos que estão respondendo processos. Eles vão divulgar quem são os processados....hum. Coisa séria, hein. Mas o Serra está ai? Só por curiosidade.

Aliás, falando em Serra, lembrei-me de compromissos e de um jornalista famoso. Na última campanha, o Gilberto Dimenstein, que não estou nem de longe insinuando ser um moralista, fez com que os candidatos a prefeito assinassem um documento em cartório dizendo que iam ficar os quatro anos no governo municipal.

O atual governador José Serra assinou o tal documento e se comprometeu a ficar quatro anos. Com 1 ano e pouco se foi embora do governo sem dar explicações e deixou-nos de presente o Kassab.

Vocês viram o Dimenstein processá-lo por isso? Claro que não, juridicamente o documento não vale nada.

Então o documento foi usado politicamente, certo?

O documento foi parar na capa da Folha onde o Dimenstein tem coluna e o jornal saiu atirando contra a mentira do governador? Ou Dimenstein fez greve de fome porque Serra mentiu? Ou fez protesto na frente da Prefeitura? Ou ficou protestando em todas as suas entradas na CBN?

Pois é. Nada disso. O que o vi fazer foi um comentário na CBN do tipo que estava chateado, mas que o “prefeito Serra” havia lhe dito que se eleito governador de São Paulo ele iria ser um prefeitão da cidade...

Dá pra entender por que não gosto de moralismo e moralistas?

Um comentário:

Anônimo disse...

Não, não dá. Eu sou moralista. O moralista comete atos imorais, porém numa proporção, tipicamente, menor...Mas não vou discutir isso com você. Uma característica dos PCs (pliticamente corretos) ou "neo-com" e não "con", é que eles batem, batem e quando levam "umazinha", se revoltam, processam, odeiam e saem gritando, como se tivessem sido vítimas de um ato hediondo. Auto-critica no lixo.

Só posso dizer que os valores morais, não todos evidentemente, definiram conjntamente com as tradições dos povos, o que temos de melhor...Leia mais Kant, Voltaire, Platão, Aristoteles. O politicamente correto prega a diversidade, porém detesta a diferença. Vai entender...

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