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quinta-feira, 10 de julho de 2008

Vale a pena fazer cursinho para o ENEM?

Uma dúvida ronda a cabeça dos estudantes que pretendem fazer a prova do Enem: vale a pena fazer um cursinho para buscar uma nota melhor? Embora o exame tenha nascido como uma avaliação de como anda o Ensino Médio no Brasil, a pontuação conta, e muito, para o estudante que quer ingressar na universidade.
Do mesmo jeito que o vestibular, o Enem tornou-se uma porta de acesso a centenas de universidades espalhadas pelo País. Por isso, para alguns estudantes, vale tudo na hora de dar um upgrade na nota.
A estudante de Física da USP Kathia Schaffer Gimenes, 21 anos, não hesitou em se matricular nas aulas do Cursinho da Poli, em São Paulo, justamente para driblar as deficiências do Ensino Médio que cursou. “Eu saí de um colégio público. Quando comecei o cursinho, tive muita dificuldade porque não tinha visto nada daquilo no Ensino Médio. As aulas abrem os horizontes, porque são bem focadas nos temas exigidos no Enem”, explica.
Com o preparo mais intenso, a nota 52 que Kathia acumulou no Enem do ano passado levantou a média dela para conseguir a vaga em Física na USP. “Fiz o cursinho justamente para ajudar no desempenho geral do vestibular. Ele te fornece pontos, ajudando no resultado da primeira e da segunda fase”, destaca.
A coordenadora pedagógica do Cursinho da Poli, Alessandra Venturi, acredita que, por ser o Enem um exame de característica diferente dos outros vestibulares, com conhecimentos interdisciplinares, é preciso atenção e preparo diferenciados também. “O aluno está mais acostumado com provas disciplinares, sobre áreas de conhecimento e que valorizam conteúdo e memória. No Enem, a interdisciplinaridade avalia as competências e as habilidades”, explica.
Conforme a especialista, esse formato específico exige aulas preparatórias específicas. Os livros, por exemplo, ao invés da divisão por disciplinas, são elaborados por habilidades, como interpretação, leitura de gráficos e redação. “O exame exige que o aluno pense e reflita. Durante um mês trabalhamos os conteúdos específicos”, completa Alessandra.
Mesmo com potencial de ampliar a nota do aluno, o cursinho divide opiniões. Alguns especialistas são contra a decisão de fazer aulas específicas para o Enem, já que a “ajuda” mascara as deficiências do Ensino Médio. “O Enem é uma avaliação ampla e irrestrita sobre a qualidade do Ensino Médio. O objetivo principal é analisar o ensino que as escolas estão proporcionando. Neste sentido, a opção por um cursinho descaracteriza a prova como avaliadora da qualidade da formação nas escolas. Assim, nos impede de melhorar a partir do que for detectado no exame”, critica a diretora do departamento pedagógico da Secretaria Estadual da Educação do Rio Grande do Sul Sônia Balzano.

Fonte: Terra

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