Trabalhadores ligados à Via Campesina fizeram manifestações no Agreste e Sertão, provocando engarrafamentos e deixando motoristas irritados.
Por Pedro Romero - promero@jc.com.br
Pesqueira – Centenas de trabalhadores rurais ligados à Via Campesina interditaram, na manhã de ontem, a BR-232 no município de Pesqueira, no Agreste, e a BR-110, que liga os municípios de Inajá e Ibimirim, no Sertão, provocando congestionamentos quilométricos e transtornos aos motoristas. O protesto fez parte da Jornada de Luta da Via Campesina (que engloba diversos movimentos sociais) contra o agronegócio e em defesa da agricultura familiar. Também houve manifestações de sem-terra em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
Em Pesqueira a ação começou às 6h e provocou um congestionamento de seis quilômetros. A BR-232 foi fechada no quilômetro 212, perto do trevo da PE-217, que liga Pesqueira a cidades como Alagoinha e Venturosa. Centenas de trabalhadores rurais, alguns portando foices e facões, protestaram no local e impediram que os motoristas buscassem rotas alternativas. Apenas as ambulâncias tiveram permissão para passar. As Polícias Rodoviária Federal, Militar e o Corpo de Bombeiros estiveram no local, mas não impediram a manifestação, que só acabou às 13h.
De acordo com o coordenador regional do MST, Márcio Gomes dos Santos, os trabalhadores rurais vieram de várias cidades da região. “Essa manifestação está sendo realizada em 24 Estados. Protestamos contra a transposição do Rio São Francisco e o agronegócio.”
A ação dos trabalhadores rurais provocou transtornos e reclamações dos motoristas. O músico Jadilson Ferraz seguia de Arcoverde para o Recife e teve que esperar cerca de quatro horas. “Também sou agricultor, mas acho que o Brasil não precisa desse tipo de coisa. Isso retarda o crescimento do País”, reclamou. O comerciante Elizeu Lopes Filho fazia o percurso inverso e ficou com o carro parado das 7h às 13h. “Acho isso um absurdo. Tudo tem limite. O culpado é o governo, porque deixa eles fazerem isso. Não é por esse caminho que se resolve os problemas”.
Umas das mais angustiadas era a advogada Eliane Oliveira, que viajava com quatro clientes de Serra Talhada, no Sertão, para Caruaru, no Agreste, onde teria uma audiência judicial. “Se não chegar a tempo posso perder os processos. Além disso, tenho viagem de avião marcada para as 15h30, no Recife”, explicou. Os argumentos dela e de outros motorista não foram suficientes para convencer os manifestantes. Depois de negociar várias vezes com a polícia, os trabalhadores rurais resolveram liberar a rodovia.
A Jornada de Luta da Vai Campesina começou no dia 10 deste mês, com manifestações em todo o País. Em Pernambuco a Via Campesina já realizou ações na Estação Experimental de Cana-de-Açúcar, em Carpina, na Estação da Chesf e na empresa Netuno Pescados, ambas em Petrolândia, no Sertão. A Via Campesina defende um novo modelo agrícola, baseado na agricultura camponesa, na reforma agrária, na distribuição de renda e fixação das pessoas no meio rural.
Companheiros, prestem bem atenção como a mídia burguesa trata a
luta pela terra. Não podemos perder a massa crítica e percerber o quanto essa
mídia é importante para o conservadorismo na nossa sociedade.
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