Em fevereiro a sociedade brasileira acompanhou perplexa aos atos de violência cometidos a uma criança do interior do Estado de Pernambuco. Com apenas nove anos de idade foi vitima de violência doméstica, onde seu padrasto abusava sexualmente da mesma.Os atos de barbáries cometidos cotidianamente a esta criança só foram descobertos porque a mesma ficou grávida de gêmeos.
O corpo infantil e ainda em processo de formação não detinha a estrutura necessária para levar adiante a gravidez nem o parto, e neste caso tendo um agravante ainda maior que era a gravidez de gêmeos. Desta forma, as crianças estavam condenadas a morte e a vida da mãe (outra criança) também corria riscos, afirmou a medicina. Diante de tal realidade a justiça interviu e garantiu a intervenção médica para interrupção da gestação.
Não demorou para o representante da Igreja Católica em Pernambuco, o Arcebispo Dom. José Cardoso Sobrinho, chamar a atenção da sociedade para o fato, afirmando que o aborto não poderia ser realizado porque a gestação tinha a permissão divina que deveria ser cumprida. Na visão do cânone, foi permitido que a menina sofresse tudo isso e o condenamento a morte das três crianças. Após a determinação da justiça para realização do aborto, o bispo ameaçou de excomunhão todos e todas que participassem direta ou indiretamente do aborto.
Apesar das ameaças a interrupção da gravidez da criança foi relizada e cumprindo suas ameaças o Bispo excomungou todos e todas os(as) profissionais que participaram do procedimento médico, bem como os pais da menina por terem autorizado o aborto. Porém, o mesmo Bispo não declarou a excomunhão contra o agressor, estuprador e pedófilo, afirmando que o ato cometido pelo monstro era sim um pecado, porém perdoável, diferente do procedimento para preservar a integridade e a vida da menina que é abominavel para igreja, tido como um assassinato aos fetos, ou seja, o aborto é, pelas leis canônicas, pior que o estupro e a pedofilia.
Entendemos e respeitamos a autonomia da Igreja Católica, mas nós, da Juventude Socialista Brasileira, cumprindo nosso papel como movimento social , crítico e combativo, repudiamos este ato do Arcebispo de Olinda Rcife. Repudiamos veementemente a criminalização da vítima em todos esses casos, prática comum dos setores mais conservadores da sociedade.
Desta forma, repudiamos a postura conservadora, incoerente e repressiva do Arcebispo de Olinda e Recife, ao mesmo tempo que reforçamos nossa luta pela eqüidade de gênero, pelo fim da violência contra crianças e mulheres, pela total liberdade nas tomadas de decisões sobre o próprio corpo e pela legalização e descriminização do aborto.
Juventude Socialista Brasileira
Brasília, 15/03/2009
quarta-feira, 18 de março de 2009
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