sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Roberto Amaral, vice-presidente do PSB: "A Esquerda lançou o maior número possível de candidatos para as eleições de 2008 e o Bloco foi preservado".
Em entrevista ao Portal PSB, o vice-presidente da legenda, Roberto Amaral, afirmou que o Partido Socialista Brasileiro se prepara para desempenhar, nas eleições de 2008, o papel de grande partido da esquerda socialista. "Consolidar o Bloco de Esquerda é o grande desafio dessas eleições", destacou. Segundo ele, um dos objetivos do Bloco já foi alcançado. O Bloco foi preservado e a Esquerda lançou o maior número possível de candidatos. Confira, a entrevista completa. Qual é o papel do PSB e da Esquerda nas eleições de 2008? São duas as decisões estratégicas para as eleições de 2008: ter o maior número possível de candidatos às prefeituras e preservar o Bloco de Esquerda. Hoje, com 69 mil candidatos, os partidos que compõem o Bloco (PSB, PDT, PCdoB, PRB e PMN) estão à frente de PMDB, PT e PSDB. O Brasil, em termos eleitoral-quantitativos, é condicionado pela predominância do 'Triângulo das Bermudas': Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Nas capitais desses três Estados, a Esquerda pode ganhar as eleições. No Rio de Janeiro, o PSB, que se coligou com o PCdoB e indicou o Vice (Ricardo Maranhão) – pode ganhar as eleições com Jandira Fedghali.. Em São Paulo, o Bloco tem Aldo Rebelo (PCdoB) na vice de Marta Suplicy (PT) e, em Belo Horizonte, o socialista Márcio Lacerda e Roberto Carvalho (PT) têm grandes chances de ocupar os cargos de prefeito e vice, respectivamente. Nas outras capitais, a Esquerda pode ganhar em Boa Vista (PSB/PP), Manaus (PSB/PDT), João Pessoa (PSB), Macapá (PSB e PSOL), Salvador (PT/PSB), Recife (PT/PSB), Porto Alegre (PCdoB/PSB), Fortaleza (PT), Teresina (PT/PSB/PMDB), Natal (PT/PSB/PMDB), Aracaju (PCdoB/PT/PSB e Vitória (PT/PSB/PMDB). (Clique aqui para baixar a lista completa dos candidatos socialistas) A avaliação é que o objetivo foi alcançado. O Bloco foi preservado e a Esquerda lançou o maior número possível de candidatos. Por que o PSB do Rio de Janeiro formou aliança com o PCdoB? A decisão do PSB do Rio de Janeiro de compor com o PCdoB foi, fundamentalmente, política e assistida de perto pela Nacional. Nós mostramos no Rio de Janeiro que o critério de um partido da Esquerda para escolher candidato não é por pesquisa de opinião, nem disponibilidade de recursos. O critério é político. Nós tínhamos um cenário muito ruim naquele município, que de certa forma ainda sobrevive, já que há quatro candidaturas no campo da Esquerda: Jandira Feghali (PCdoB), Alessandro Molon (PT), Chico Alencar (PSOL) e Paulo Ramos (PDT). Havia, ainda, uma pré-candidatura que era do Carlos Lessa, pelo PSB. Eram movimentos isolados desses cinco partidos que não conversaram entre si. O PSOL com a prática do isolamento. O PT que ficou entre uma aliança com o PMDB e acabou lançando candidatura própria, isolado. O PDT que discutiu aliança com a Jandira Feghali e também acabou lançando candidatura própria e o PSB, que estava entre fortalecer o campo da Esquerda ou apoiar candidatura do Eduardo Paes (PMDB). Apoiamos a candidatura da Jandira Feghali porque ela é a melhor candidata da Esquerda e a única possibilidade de chegarmos ao segundo turno. Não interessa para o PSB disputar um segundo turno com um quadro associado à direita, como nos era apresentado. Nós não temos política se nos aliarmos à Direita. Nós só temos política se um candidato da Esquerda disputar o segundo turno com um candidato da Direita. Aí, sim, nós temos política. Nosso apoio a Jandira tem por objetivo evitar que o segundo turno, repetindo as últimas eleições, se dê entre dois candidatos conservadores. Nosso esforço, portanto, foi de fortalecer o campo da Esquerda e assegurar a presença dessa posição no segundo turno. Como o senhor vê a participação de Ricardo Maranhão na composição da chapa com Jandira Feghali? Estamos convencidos de que faremos uma boa campanha política. Indicamos um dos quadros mais importantes do Partido para vice-prefeito do Rio de Janeiro. Líder sindicalista (Petrobrás), ex-vereador e ex-deputado federal, Ricardo Maranhão vem da luta nacionalista. Quais as prioridades no Rio de Janeiro? Estamos trabalhando com a idéia do governo popular, ou seja, trabalhamos pelos interesses dos mais necessitados, que são a grande maioria da população. Vivemos problemas graves na cidade do Rio de Janeiro como, por exemplo, o transporte de massa, a saúde e a educação. O problema do transporte não é o congestionamento em Ipanema, mas sim a ausência de transporte de massa, que deixa de atender àqueles que mais necessitam. Na saúde, o grande problema é a inexistência de postos de saúde e de médicos de família nos bairros pobres, nas favelas. Hoje os grandes hospitais estão concentrados na Zona Sul da cidade. E quanto à educação, precisamos melhorar a qualificação dos professores e o nível das escolas públicas. E quanto à violência na cidade? Vivemos no Rio de Janeiro um concurso de violência entre a bandidagem e a polícia militar. É claro que não podemos abrir mão da repressão, mas devemos investir na prevenção. Hoje, assistimos a julgamentos sumários: violência contra violência. O problema é que estamos numa disputa. O governo aposta na violência, o marginal aposta na violência, e a população está no meio, como o molusco na guerra entre o rochedo e o mar . Esta situação não ocorre apenas no Rio de Janeiro. Este é um problema nacional, cujas raízes remontam à desqualificação do aparelho estatal, a inexistência de uma reforma agrária em pleno terceiro milênio, tudo isso agravado por uma brutal concentração de renda, desníveis regionais e exclusão social.
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