10/06/2008
Por Pedro Moura - Secretário Geral da UBES
Conjuntura Nacional e Internacional
O CENARIO POLITICO NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2008 transparece uma efervescência política no Brasil, na América latina e de maneira geral no mundo. Com a crise econômica do regente neoliberal, Ferindo o brio e as vaidades, daqueles que orquestram a política das grandes potencias econômicas, com braço forte e rédeas curtas, recebem agora questionamentos dos mais variados setores do empresariado mundial. Será mesmo invencível, o modelo imperialista no mundo? Um sistema tão sólido é capaz de cair aos pés do tempo e da autodestruição? É possível estagnar uma engrenagem tão complexa e viril? É possível também, parar esse sistema “inexoravelmente” intocável?
O sistema capitalista preza por certa experiência com suas crises, vai e volta se deparam com elas, hora provocadas e de menor valor, hora abaladas por um processo de transição inicialmente doloroso, prevendo mais um salto ao esmagamento das massas, principais atingidas dessa política econômica em ordem planetária. O capitalismo é um sistema que abre varias frentes de profundas atuações; economia, sociologia e política. Desenvolvendo-se e adaptando-se por essas mesmas crises periódicas; O desenvolvimento industrial, a independência dos Estados Unidos, a revolução francesa, o movimento ludista na Grã Bretanha e as revoluções independentistas na América latina e no caribe, que sucederam aos grandes abalos econômicos do século XVIII.
Entre as crises mais relevantes; A do século XIX, que vem propiciar revoluções por vários paises da Europa, eis que surge o proletariado como classe, mesmo que ainda subordinados as linhas programáticas da burguesia liberal. Iniciando a primeira mutação do capitalismo para a fase imperialista fundindo pela primeira vez o capital industrial, com o capital bancário, onde surge o capital financeiro. A chamada “Grande Crise” de 1929-1933 em que esteve seriamente em causa a sobrevivência do próprio sistema capitalista, e à qual estiveram associadas à derrota da classe operária européia pelos regimes fascistas da Itália, da Alemanha e de Espanha, a Segunda Guerra Mundial, e a subseqüente divisão do planeta em dois grandes blocos e a “Guerra Fria”, assim como o triunfo das Revoluções na China, no Vietnã em Cuba e na Coréia do Norte, e os processos de Independência da Índia e dos países africanos.
Lembramos também a crise sistêmica que teve início em 1974-1975, que abriu caminho ao modelo neoliberal e à sua forma de globalização, como estratégias para superar esta crise, mas na qual, no entanto, nos encontramos mergulhados, dado o fracasso de tais estratégias. Nos últimos meses temos acompanhado diariamente os acontecimentos no mercado americano e sua repercussão nos mercados mundiais. A crise foi iniciada, por uma onda de empréstimos, que acabou resultando em um alto número de mutuários inadimplentes, que, sem meios de pagar suas hipotecas, grande parte simplesmente desistiu de quitar as dívidas.
Olhando para cá agora, vemos uma nova possibilidade de reorganização da América latina. Temos o Brasil que vive hoje um processo de aquecimento político arriscando-se a comparar com o Brasil de 1960 no que se diz respeito a esse mesmo acirramento político que marcou o inicio dessa mesma década, guardadas suas proporções de realidade e desenvolvimento social. Os movimentos sociais como na era Jango sentia-se uma aproximação pouco conhecida com os regentes nacionais, se com Jango existia um Tancredo Neves com a missão de fazer de um tudo, para Jango não fazer nada. Hoje existe uma direita raivosa, com um único intuito de retomar o poder pleno nos pais, para imprimir a política neoliberal, alinhada aos patrícios Nortes americanos. A falta de entendimento do Ministério da fazenda com a excessiva autonomia do Banco Central, controlado a base de chicotes pelo Sr. Henrique Meirelles com desleixo pouco conhecido na política econômica que vem aumentar os juros que já é o mais alto do mundo afetando diretamente os produtos de primeira ordem para a classe mais baixa da população brasileira, e vem coibir o investimento nas principais áreas como educação que defendemos o aumento 10% do PIB já que hoje não passa de 4,2% e vemos a segurança receber um investimento de 11% , pois é, é mais fácil produzir o bandido e reprimi-lo depois, do que evitar que o cidadão bandido se torne. Lembramos de Eduardo Galeano quando nos diz que; “o sistema que fabrica o paralítico, vende a cadeira de rodas”. “Los Hermanos” Venezuelano partem em direção ao desenvolvimento socioeconômico e intelectual ao lado de Cuba, Equador, Nicarágua e Paraguai dando inicio a negociações de cunhos progressistas aos paises americanos do “terceiro mundo”, com exceção de alguns paises controlados por sua ambição e açoite norte americano, como é o caso da Colômbia de Uribe.
E viemos em defesa da filosofia da libertação, para um novo olhar político, intelectual e cultural, é meio doloroso o processo de libertação intelectual da América latina, imagine um braço, torcido de forma que ele pende agora, tomando referência do cotovelo, em direção às costas e com o passar do tempo curasse a ferida, vai-se a dor, mais a referência mudou da original, na filosofia da libertação é assim, mais como a defesa é a libertação intelectual, reposicionaremos o pescoço, para um olhar intelectual voltado para nossas raízes. E agora se entende grandes confrontos ideológicos, que perpassa pelas grandes crises do capitalismo no mundo e a corrida programática de novas estratégias para a economia mundial. A esquerda tem nesse momento um grande desafio, de levar propostas e projetos socialistas para a possível e quase fatídicas corrida ideológicas do inicio do século XXI, aleijando ainda mais os grandes detentores do poder no mundo.
Saudações Socialistas
Pedro Moura - UBES
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