Em reunião nesta terça-feira (12), a bancada do Partido Socialista Brasileiro (PSB) fechou posição contra a proposta de lista fechada em discussão no âmbito da reforma política na Câmara. Na avaliação dos parlamentares, o principal objetivo da reforma é reduzir o número de partidos políticos. "Aprovação da lista fechada será desastrosa, pois a medida não fortalecerá os partidos e vai tirar a prerrogativa de escolha da população", destacou o líder do PSB, Rodrigo Rollemberg (DF).
Na opinião do líder, o momento atual é de esvaziamento e de pasteurização dos partidos. "Eles estão cada vez mais distante da sociedade, interagem pouco com a comunidade científica, com o setor produtivo e com os trabalhadores. Vamos entregar o poder de escolha às burocracias partidárias", questiona.
É consenso entre os socialistas que a aprovação da lista fechada dificultará a renovação política e deve aumentar a corrupção dentro dos partidos. Presente na reunião, o primeiro secretário do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que esta proposta quer importar o modelo político americano ou europeu, o que ele chama de colonização da política. "São dois partidos se revezando no poder durante décadas e mais dois ou três coadjuvando ao redor. Podemos achar sozinhos alternativas para melhorar o parlamento, sem ter que importar modelo", declarou. Para ele, a reforma erra por não estabelecer canais de interação do parlamento com a população e citou como exemplo a privatização da Vale do Rio Doce, onde a população não foi consultada. "É necessário ampliar o exercício da cidadania política de quem não tem mandato", defendeu.
Outra preocupação da bancada é a pressa para aprovação desta reforma, para entrar em vigor já em 2010, ano de eleição para presidente, governadores, deputados federais e senadores. O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) esclareceu que o partido não é contra a reforma política, mas quer votar uma reforma de outra natureza. Entre as propostas apresentadas na reunião está o barateamento das campanhas, ampliação do mandato para cinco anos, ou ainda a realização de um plebiscito para que a população decida se quer votar na legenda ou no candidato. "Este Congresso passa 20 anos discutindo a reforma e a 1° coisa que querem mexer é no voto do eleitor. Quem tem que mudar somos nós", declarou.
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