Vencedores serão conhecidos em outubro e a premiação será no dia 30 do mesmo mês
Um trabalho de ressocialização desenvolvido pela unidade da Fundação da Criança e do Adolescente (Fundac) nesta cidade do Agreste pernambucano está entre os finalistas da terceira edição do Prêmio Sócio-Educando – Práticas Promissoras, garantindo direitos e políticas públicas. Com o projeto Inserção Cidadã, que qualifica jovens infratores para o mercado de trabalho, a Fundac concorreu com 450 inscritos e ficou entre os 15 finalistas. No próximo dia 26 a comissão julgadora visita a unidade para conhecer de perto a iniciativa. Vencedores serão conhecidos em outubro e a premiação será no dia 30 do mesmo mês. O projeto concorre na categoria execução de medidas em meio fechado, uma das cinco do prêmio. Nele, os jovens recebem qualificação profissional com um curso de costura industrial, com acompanhamento e certificado emitido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O curso é totalmente prático e capacita os jovens para trabalhar no setor de confecções, uma das principais fontes de emprego na região. Desde o início de março já foram formadas quatro turmas de dez alunos. Uma quinta turma está sendo formada atualmente. As aulas ocorrem de segunda à sexta, pela manhã. À tarde, os alunos já formados trabalham na confecção de peças. As roupas são vendidas em uma loja exclusiva, cedida por um empresário, no Pólo Comercial de Caruaru. O dinheiro arrecadado é dividido entre os que trabalham e usado para comprar material de reposição. Para a diretora da Fundac em Caruaru, Maria Clara Amorim, a indicação como finalista ao prêmio já é uma vitória para a instituição: “Já houve o reconhecimento de um projeto que mostra que é possível a ressocialização desses menores através da inserção no mercado de trabalho.” O Prêmio Sócio-Educando é realizado conjuntamente pelo Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente (Ilanud/Brasil), Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH-PR), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi). O projeto de Caruaru concorre com a Olimpíada Casa da Fundação Casa (SP) e com o projeto Medida Socioeducativa de Internação em um novo Conceito Arquitetônico, da Secretaria da Criança e da Juventude do Paraná. Emprego Segundo a diretora da Fundac em Caruaru, Maria Clara Amorim, a idéia de realizar o curso profissionalizante surgiu a partir de um levantamento feito sobre a realidade dos menores infratores. “Descobrimos que muitos dos menores vinham de cidades do Pólo de Confecções. Alguns já trabalhavam na atividade, em empresas ou com as famílias.” A partir dessa constatação, Maria Clara Amorim começou a busca de parcerias e conseguiu, com empresários e instituições, a doação de dez máquinas de costura industrial. Depois disso, procurou o Senai para uma parceria e conseguiu também a doação de tecidos para a confecção das peças. “Dos alunos que se formaram, 12 já cumpriram suas penas e estão trabalhando em empresas de confecções da região”, relata Maria Clara. N., 18 anos, já trabalhava com confecção, mas resolveu fazer o curso e agora é monitor. “Aprendi mais e ganhei o diploma do Senai, que dá mais oportunidade de emprego”, diz. Já o menor J. nunca havia trabalhado no setor e viu no curso uma oportunidade de emprego. “Estou começando a aprender para poder trabalhar. Emprego é difícil, mas com o curso fica mais fácil.” De acordo com Maria Clara Amorim praticamente todos os internos da unidade estão interessados em participar, mas como só existem dez máquinas de costura foi criada uma lista de espera. Além de mais equipamentos, os participantes precisam de tecidos para desenvolver o projeto. A Fundac de Caruaru tem capacidade para abrigar 90 internos e conta atualmente com 152.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
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