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sábado, 5 de julho de 2008

Cuba acha megacampo e abre a nações amigas




"Vamos mudar a história da ilha", afirmou Fidel Rivero, presidente da Cupet, a estatal cubana de petróleo

Autoridades de Havana revelaram ontem que comprovaram a existência de uma reserva com bilhões de barris de petróleo no Golfo do México, em pleno boom do preço do petróleo, maior do que as estimativas americanas já apontavam sobre a área.
"Vamos mudar a história da ilha", afirmou Fidel Rivero, presidente da Cupet, a estatal cubana de petróleo.
Por décadas, Cuba dependeu da energia soviética para conseguir manter sua economia.
Nos últimos anos, porém, fez um acordo com a Venezuela para comprar petróleo mais barato.
Agora, quer sua independência energética e até conquistar mercados.
Com o barril a mais de US$ 140,00, as autoridades cubanas admitem que a confirmação das descobertas veio em um momento ideal para seus planos de financiar a economia e os planos do governo atual.

Segundo dados do governo americano, a reserva teria o equivalente a 10 bilhões de barris de petróleo.
Mas Rivero garante que Havana tem informações de que a reserva em águas profundas poderia ser quase o dobro da projeção americana, transformando-se em uma das principais das Américas.
Não por acaso, as autoridades cubanas passaram o dia ontem em Madri apresentando seus projetos às multinacionais de pelo menos dez países.



"Pelas nossas estimativas, o que produziremos será bem acima das necessidade de consumo de Cuba.
Portanto, nosso objetivo é o de se transformar em um exportador nos próximos anos e possivelmente usar o dinheiro para financiar nossa economia", afirmou Rivero.

Uma das primeiras estimativas aponta para a produção inicial de 500 mil barris por dia, enquanto o consumo cubano é de apenas 140 mil barris.
Hoje, produzem apenas 70 mil barris e o restante vem da Venezuela.

O executivo aponta que até mesmo o embargo americano poderia estar ameaçado diante das descobertas.
"O interesse é tanto que existe até mesmo uma pressão das empresas americanas para que o governo em Washington acabe com o embargo e permita que possam investir em uma reserva que fica tão perto de seus mercados", explicou Rivera.

embargo.
O executivo ainda contou que os empresários americanos estão driblando o embargo e fazendo visitas oficiais à Cuba para saber mais sobre o petróleo.
"Mas eles entram como turistas, pelas portas dos fundos", admitiu.

O governo cubano afirma que negocia com a Petrobras um dos melhores blocos na região, próximos à costa.
"Estamos na fase de conclusão de um acordo.
Espero que possamos anunciar algo já nos próximos meses", afirmou Rivero.
Segundo ele, a negociação ainda está definindo as taxas de retorno da empresa brasileira e as condições de exploração.

Já a ministra de Indústrias Básicas, Yadira Garcia Vera, aponta que não quer que o acordo se limite à exploração dos campos.
"Certamente assinaremos um contrato de exploração ainda neste ano com a Petrobras.
Queremos uma cooperação com a Petrobras para a transferência de tecnologia, especialmente para as reservas que estão em águas profundas", afirmou.
Além disso, Cuba negocia a instalação de uma fábrica de lubrificantes da Petrobras na ilha para interromper com as importações dos produtos que hoje vem da Europa.

FONTE
: Jornal do Commercio

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