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quinta-feira, 26 de junho de 2008

Encontro debate novo modelo para o campo brasileiro


Primeira Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário inicia nesta quarta-feira (25), em Olinda, e deve reunir cerca de duas mil pessoas de todo o país. Dividida em duas partes, o Brasil Rural que Temos e o Brasil Rural que Queremos, conferência quer reunir elementos para formular políticas que apontem para um novo padrão de desenvolvimento no campo brasileiro.
Por Marco Aurélio Weissheimer

OLINDA - Formular uma Política Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário para o Brasil Rural que contemple as diversidades sociais e regionais do país: esse é o objetivo central da Iª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, que inicia nesta quarta-feira (25), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda (PE).O encontro, que deve reunir cerca de duas mil pessoas, é resultado do debate que vem sendo realizado, ao longo dos últimos anos, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. A conferência foi precedida por encontros estaduais, territoriais, intermunicipais e municipais, eventos setoriais e temáticos. Essas reuniões produziram contribuições de mais de 30 mil pessoas, expressas no documento-base, dividido em duas partes: o Brasil Rural que Temos e o Brasil Rural que Queremos. O universo dos debates do encontro, que tem como lema “Um Brasil Rural com Gente”, diz respeito a cerca de 80% dos municípios do país que têm sua dinâmica econômica associada ao meio rural. Para contemplar esse universo, dois terços dos delegados da conferência são reservados à sociedade civil: agricultores, assentados, comunidades quilombolas, jovens, povos indígenas, agroextrativistas, pescadores artesanais, representantes de cooperativas e da economia solidária, comerciantes, industriais, agentes de saúde, professores, representantes de redes e organizações não-governamentais. Os representantes de órgãos públicos terão um terço do total de vagas da conferência.O documento-base do encontro sustenta que o debate sobre os padrões de desenvolvimento rural ocorre num momento de questionamento da ordem internacional em função do “fracasso do neoliberalismo enquanto alternativa à superação das necessidades socioeconômicas e ambientais”. Além disso, ocorre em um contexto de elevação dos preços internacionais de alguns alimentos básicos como trigo, arroz, feijão e leite, com uma conseqüente crise de abastecimento em vários países.Os impactos no Brasil, acrescenta o documento, têm sido atenuados pela diversificação produtiva da agricultura, responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos pela população do país. Mas essa situação, ressalta, “coloca para o Brasil alguns desafios, como garantir a segurança e soberania alimentar, ofertando alimentos em quantidade, qualidade e diversidade para toda a população e contribuir com a oferta mundial de alimentos”.Outro eixo central do debate gira em torno da questão ambiental. Como construir um novo padrão de desenvolvimento no campo brasileiro, revertendo a tendência de destruição do meio ambiente? O problema do desmatamento na região amazônica e o projeto de desenvolvimento de biocombustíveis ocupam um lugar central neste debate.Segundo o secretário de Desenvolvimento Territorial do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Humberto Oliveira, a Conferência marcará um período de grande mobilização nacional para a discussão de um modelo de desenvolvimento rural – o Brasil rural que queremos. “A Conferência é uma releitura que faremos do que é o meio rural brasileiro. Vamos tratar de saúde, educação, cultura, gênero e juventude, entre outros temas importantes para o campo”, resume. Até o dia 28 de junho, Olinda será a sede nacional desse debate.

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